Em A Confraria dos Espadas temos os estranhos prazeres e as pequenas mortes cotidianas. Rubem Fonseca apresenta contos intensos nos quais, sob a égide da violência e da tragédia, machos e fêmeas da selva urbana encenam em tons eróticos e escatológicos seus peculiares rituais de acasalamento. Momentos de êxtase e últimos suspiros são intercambiáveis em narrativas como ?Livre-arbítrio?, ?Anjos das Marquises?, ?A festa? e ?O vendedor de seguros?. Já no mordaz ?AA? a tensão carnal tem como pano de fundo uma estranha modalidade esportiva, enquanto no teatro metafísico e metalinguístico de ?À maneira de Godard? um Romeu e uma Julieta compartilham a fobia pelo órgão genital do sexo oposto. E, como um ?brutalista? que jamais abre mão da poesia, o autor encerra o volume nos semiversos de ?Um dia na vida de dois pactários?, que, sintetizando as páginas anteriores, descreve a cópula como ?um pacto de incêndio, contra esse espaço de rotina cinzenta entre o nascimento e a morte que chamam de vida?. Prolífero e fiel a seus valores estéticos e filosóficos, porém surpreendendo o leitor a cada obra, Rubem Fonseca congrega o sofisticado e o ancestral, que, aqui, sem que jamais lhes falte fôlego, passeiam entre a linguagem sóbria e espontânea e o experimentalismo e a erudição.
A Confraria dos Espadas
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