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    A estrada

    A estrada

    Por Vassili Grossman
    Existem 12 citações disponíveis para A estrada

    Sobre

    Reportagens intensas, contos esclarecedores e cartas comoventes. Uma coletânea com os mais impressionantes textos do autor de Vida e destino Reconhecido como uma das maiores figuras literárias do século xx, Vassili Grossman foi o responsável por alguns dos mais impactantes relatos sobre a participação soviética na Segunda Guerra Mundial e o Holocausto. Nesse volume, seus textos são precedidos por introduções que, além de apresentar o contexto em que cada escrito foi produzido, trazem informações sobre a vida do autor e o recorrente eco da expressão “vida e destino”, que mais tarde daria nome a sua obra-prima. Devastadores, brutais e completamente atuais, os textos reunidos nesta coletânea são capazes de mostrar os esconderijos da maldade humana, mas também trazem à luz a delicadeza do amor, da família e da compaixão."
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    Citações de A estrada

    mundo inteiro, toda a imensidão do Universo, é a escravidão submissa da matéria inanimada; apenas na vida existe o milagre da liberdade.

    Grossman escreveu a história cerca de vinte e cinco anos após o fuzilamento de Bábel. Admirava o escritor, e provavelmente teria considerado errado fazer qualquer crítica pública de uma figura tão trágica. Em conversa, contudo, era mais direto. Lípkin lembra-se de contar a Grossman que, em 1930, ouvira Bábel dizer: “Acredite em mim […], agora aprendi a observar tranquilamente pessoas sendo fuziladas”. Lípkin cita a resposta de Grossman: “Que pena eu tenho dele, não por ter morrido tão jovem, não por ter sido assassinado, mas por ter proferido palavras tão insanas — logo ele, um homem inteligente, talentoso, um espírito elevado. O que aconteceu a esse espírito? Como podia celebrar o Ano-Novo com os Iejov? Por que gente tão rara — ele, Maiakóvski, seu amigo Bagritski — se sentia tão atraída pela OGPU? Qual é o fascínio da força, do poder? […] Eis aí uma coisa em que realmente precisamos pensar. Não é brincadeira, é um fenômeno terrível”.212 Não há tais críticas em “Mamãe”, mas Grossman delicadamente insinua a extrema curiosidade de Bábel em uma frase que apagou de um de seus esboços: “Sua [de Marfa Demêntievna] mente calma, justa e clara tinha percebido muitas coisas que o perceptivo e sensível Isaac Bábel, que ela considerava o mais bondoso dos convidados de Nikolai Ivánovitch, ansiaria por saber”.213

    uma pessoa nua perde imediatamente a força de resistência, para de lutar com o destino, junto com as roupas perde imediatamente a força do instinto vital, e recebe o destino como uma fatalidade.

    Ele fica o tempo todo com as abelhas. Por isso é tão sossegado. As abelhas não gostam de gente zangada.

    As inscrições de segundo tipo — sobre amor, eterno pesar, lágrimas amargas —, independentemente de serem comoventes ou vulgares, em versos belos ou ridículos e cheios de erros, servem à mesma finalidade fútil e vaidosa de informar o exterior. De qualquer forma, o epitáfio não é dirigido ao morto, que, obviamente, não tem como ler. E tampouco é feito para os que ficam; mesmo sem ele, a pessoa sabe o que se passa em seu coração. A inscrição é feita para ser lida. A informação é dirigida aos passantes. Um lamento, um choro se espalha pelo cemitério: a esposa pranteia o marido. Por que está gritando tão alto? Afinal, o defunto não ouve. Afinal, a angústia da alma não precisa ser berrada com toda a força que um cantor emprega no palco. A viúva sabe por que grita; ela tem que ser ouvida pelos passantes, está fazendo uma declaração e informando. Aqueles que vão regularmente ao cemitério em trajes de luto e sentam-se nos bancos junto aos túmulos com rosto contrito também estão fazendo declarações e informando. Eles não têm nada a ver com os que vão aos cemitérios para construir uma vida nova, para refazer suas relações em bases mais felizes e racionais. As pessoas que fazem declarações acham que o mais importante da vida é demonstrar sua superioridade, a superioridade de seus sentimentos, a profundidade de seus corações. Sim, as pessoas vão aos cemitérios por motivos diversos, bem diversos.

    Amava os livros, mas os livros não constituíam uma barreira entre ele e a vida.

    Eles só fazem despertar o que é sombrio, incitar o ódio, ressuscitar os preconceitos. Aí reside sua força. Dividir, oprimir e governar! Ressuscitar as trevas!

    Seu Deus era a vida.

    A ideia imperialista de excepcionalidade nacional, de raça e de qualquer outro tipo foi a lógica que levou os hitleristas a construir Majdanek, Sobibor, Bełżec, Auschwitz,

    Não tenho medo de nada, pois seu amor está comigo, e meu amor estará com você para sempre.

    Sua infância fora sem teto e sem comida, mas a infância é a época mais feliz da vida.

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