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    A Grande Transformação – Edição Atualizada

    Por KARL POLANYI
    Existem 25 citações disponíveis para A Grande Transformação – Edição Atualizada

    Sobre

    A grande transformação analisa, com um olhar inovador e criativo, a formação da economia capitalista de mercado;
    Neste livro, Polanyi desvenda os processos através dos quais o mercado separou-se das demais instituições sociais, até se tornar uma esfera autônoma, ?autorregulável?, que pretende dominar o resto da sociedade pela transformação do trabalho, da terra e do dinheiro em mercadoria ? em uma análise comparativa que enfatiza o caráter singular e destrutivo da moderna economia de mercado;
    Integrando contribuições da História, da Antropologia e da Economia Política, este livro é um trabalho magistral, constituindo-se em leitura indispensável para todos os interessados em Ciências Sociais;
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    Citações de A Grande Transformação – Edição Atualizada

    A segunda interrogação prende-se, em parte, com as relações entre Polanyi e Keynes, mas tem consequências mais profundas respeitantes aos usos das ideias de Polanyi. Relações frustradas, uma vez que Keynes não parece ter mostrado nenhuma abertura frente às tentativas daquele, documentadas desde 1933, para com ele se encontrar(

    Do ponto de vista económico, é uma parte essencial do sistema de divisão do trabalho existente, do comércio externo, da imposição para fins de atividades públicas, da garantia de provisões necessárias em termos de defesa. Mas estas funções de um sistema económico propriamente dito são completamente absorvidas pelas experiências intensamente vividas que fornecem uma motivação não-económica superabundante para cada ato efetuado no quadro do sistema social no seu todo.

    Quem poderá sustentar que transferir os trabalhadores de postos de trabalho pouco produtivos para o desemprego reduzirá a pobreza ou aumentará os rendimentos no país?

    Só em condições muito avançadas e em circunstâncias excecionais o sistema se torna predominantemente político, como aconteceu na Europa Ocidental, onde essa evolução ficou a dever-se à necessidade de proteção do vassalo, enquanto as dádivas se convertiam em tributos feudais.

    Que «moinho satânico»(*) triturou os homens, reduzindo-os à condição de massas? Qual a responsabilidade das novas condições materiais no processo? E qual a das imposições económicas que operavam nas novas condições? Através de que mecanismo se destruía o tecido social anterior, ao mesmo tempo que as tentativas no sentido de uma integração do homem e da natureza tinham tão pouco sucesso?

    Não se deu conta de que a transformação dos mercados num sistema autorregulado detentor de uma força assustadora não decorria de uma qualquer tendência intrínseca aos mercados a proliferarem, mas era antes o efeito de estimulantes artificiais ministrados ao corpo social a fim de dar resposta a uma situação que fora criada pelo fenómeno não menos artificial do maquinismo.

    O «moinho satânico» ou, no original, «satanic mill», é uma imagem a que William Blake recorre no seu poema «Jerusalem» (1804) para descrever os efeitos da mecanização em curso na indústria têxtil

    O mercantilismo, apesar de toda a sua aposta no desenvolvimento comercial, nunca pôs em causa as salvaguardas que protegiam esses dois elementos fundamentais da produção, que eram o trabalho e o comércio, da redução a objetos comerciais.

    o verdadeiro ponto de partida é o comércio de longo curso, resultante da localização geográfica dos bens e da «divisão do trabalho» determinada pelo lugar.

    O trabalho é somente outro nome de uma atividade humana que acompanha a própria vida, a qual, por seu turno, não é produzida para venda, mas por razões inteiramente diferentes, acrescendo que a atividade em causa não pode ser desligada do resto da vida, para ser armazenada ou mobilizada; a terra é somente outro nome que damos à natureza, que não é produzida pelo homem; a moeda efetivamente existente, enfim, é tão-só um símbolo do poder de compra, o qual, em regra, não é produzido, mas resulta de uma criação da banca ou das finanças do Estado. Nenhum dos três elementos – trabalho, terra, moeda – é, portanto, produzido para venda: a sua descrição como mercadorias é inteiramente fictícia.

    Segundo aspeto no qual Polanyi insiste, e que o diferencia decisivamente do socialismo marxista: o da rejeição de qualquer tipo de determinismo económico, perspetiva que permite pensar que, mais do que a relação da economia de mercado incrustada nas instituições, aquilo que estava em causa era a relação da economia com a sociedade.

    A civilização do século XIX assentava em quatro instituições. A primeira era o sistema de equilíbrio do poder que, durante um século, impediu a ocorrência de qualquer guerra prolongada e devastadora entre as Grandes Potências. A segunda era o padrão-ouro internacional, símbolo de uma organização única da economia mundial. A terceira era o mercado autorregulado que produzia um bem-estar material inédito. A quarta era o Estado liberal.

    A Grande Transformação consistiu sim, essencialmente, na extensão do sistema de mercados a todas as esferas da vida humana, cuja lei da oferta e da procura passou a determinar autonomamente a afetação e a remuneração de fatores de produção como a terra (a natureza) – e o trabalho (ou seja, a própria utilização da vida humana).

    O termo «incrustação» exprime a ideia de que a economia não é autónoma, como a teoria económica quer que ela seja necessariamente, mas está subordinada à ação da política, da religião e das relações sociais(

    A nossa tese é que a ideia de um mercado capaz de se auto-ajustar era uma mera utopia. Semelhante instituição não poderia existir duradouramente sem aniquilar a substância natural e humana da sociedade; destruiria fisicamente o homem e transformaria o seu meio ambiente num deserto.

    Do ponto de vista económico, é uma parte essencial do sistema de divisão do trabalho existente, do comércio externo, da imposição para fins de atividades públicas, da garantia de provisões necessárias em termos de defesa. Mas estas funções de um sistema económico propriamente dito são completamente absorvidas pelas experiências intensamente vividas que fornecem uma motivação não-económica superabundante para cada ato efetuado no quadro do sistema social no seu todo.

    A segunda interrogação prende-se, em parte, com as relações entre Polanyi e Keynes, mas tem consequências mais profundas respeitantes aos usos das ideias de Polanyi. Relações frustradas, uma vez que Keynes não parece ter mostrado nenhuma abertura frente às tentativas daquele, documentadas desde 1933, para com ele se encontrar(

    Quem poderá sustentar que transferir os trabalhadores de postos de trabalho pouco produtivos para o desemprego reduzirá a pobreza ou aumentará os rendimentos no país?

    Só em condições muito avançadas e em circunstâncias excecionais o sistema se torna predominantemente político, como aconteceu na Europa Ocidental, onde essa evolução ficou a dever-se à necessidade de proteção do vassalo, enquanto as dádivas se convertiam em tributos feudais.

    Não se deu conta de que a transformação dos mercados num sistema autorregulado detentor de uma força assustadora não decorria de uma qualquer tendência intrínseca aos mercados a proliferarem, mas era antes o efeito de estimulantes artificiais ministrados ao corpo social a fim de dar resposta a uma situação que fora criada pelo fenómeno não menos artificial do maquinismo.

    O «moinho satânico» ou, no original, «satanic mill», é uma imagem a que William Blake recorre no seu poema «Jerusalem» (1804) para descrever os efeitos da mecanização em curso na indústria têxtil

    Que «moinho satânico»(*) triturou os homens, reduzindo-os à condição de massas? Qual a responsabilidade das novas condições materiais no processo? E qual a das imposições económicas que operavam nas novas condições? Através de que mecanismo se destruía o tecido social anterior, ao mesmo tempo que as tentativas no sentido de uma integração do homem e da natureza tinham tão pouco sucesso?

    o verdadeiro ponto de partida é o comércio de longo curso, resultante da localização geográfica dos bens e da «divisão do trabalho» determinada pelo lugar.

    O trabalho é somente outro nome de uma atividade humana que acompanha a própria vida, a qual, por seu turno, não é produzida para venda, mas por razões inteiramente diferentes, acrescendo que a atividade em causa não pode ser desligada do resto da vida, para ser armazenada ou mobilizada; a terra é somente outro nome que damos à natureza, que não é produzida pelo homem; a moeda efetivamente existente, enfim, é tão-só um símbolo do poder de compra, o qual, em regra, não é produzido, mas resulta de uma criação da banca ou das finanças do Estado. Nenhum dos três elementos – trabalho, terra, moeda – é, portanto, produzido para venda: a sua descrição como mercadorias é inteiramente fictícia.

    O mercantilismo, apesar de toda a sua aposta no desenvolvimento comercial, nunca pôs em causa as salvaguardas que protegiam esses dois elementos fundamentais da produção, que eram o trabalho e o comércio, da redução a objetos comerciais.

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