We love eBooks

    A mulher de trinta anos

    Por Honoré de Balzac
    Existem 17 citações disponíveis para A mulher de trinta anos

    Sobre

    Balzac, que vê a faixa dos trinta anos como o auge poético da vida das mulheres, faz um elogio à maturidade feminina no livro que consagrou a expressão ?balzaquiana?.


    Antes de Emma Bovary, antes de Anna Kariênina, existiu Julie. Contrariando os conselhos do pai, ela julga-se apaixonada e decide se casar ainda muito jovem com um coronel do exército napoleônico. Em pouquíssimo tempo, descobre-se infeliz no casamento e na maternidade, presa a obrigações que não pretende abandonar.

    A isso se seguem as paixões por outros homens, e anuncia-se o destino trágico da protagonista. Mas A mulher de trinta anos não é a história particular de Julie, e sim a de alguém em quem convergem as contradições do que representava ser mulher no século XIX e, por extensão, as contradições da própria sociedade moderna.

    Com sua reputação de grande conhecedor do coração feminino, Balzac, que deveu sua formação às diversas mulheres mais velhas com quem se relacionou, aponta neste livro para a profundidade da alma que só pode vir da experiência.

    Esta edição do mais famoso texto de Cenas da vida privada, subdivisão de A comédia humana, traz uma introdução da escritora, ensaísta e crítica literária Eliane Robert Moraes.

    Baixar eBook Link atualizado em 2017
    Talvez você seja redirecionado para outro site

    Definido como

    Listados nas coleções

    Citações de A mulher de trinta anos

    o casamento, tal como se pratica hoje, parece-me ser uma prostituição legal.

    Esse é nosso destino, visto sob suas duas faces: uma prostituição pública e a vergonha, uma prostituição secreta e a desgraça.

    Os senhores amaldiçoam pobres criaturas que se vendem por alguns escudos a um homem que passa, a fome e a necessidade absolvem essas uniões efêmeras; ao passo que a sociedade tolera, encoraja a união imediata muito mais horrível de uma moça cândida com um homem que ela não viu por mais de três meses; ela é vendida pelo resto da vida.

    As mulheres têm um talento inimitável para expressar seus sentimentos sem empregar palavras muito incisivas; sua eloquência está sobretudo na inflexão, no gesto, na atitude e nos olhares.

    Esses personagens de falso mérito interrogam em vez de falar, têm a arte de pôr os outros em cena para evitar se mostrarem diante deles; depois, com uma feliz habilidade, puxam cada um pelo fio de suas paixões ou de seus interesses, e jogam assim com os homens que lhes são realmente superiores, transformando-os em marionetes, e os consideram pequenos por os terem rebaixado até eles. Obtêm então o triunfo natural de um pensamento mesquinho, mas firme, contra a mobilidade dos grandes pensamentos.

    Com efeito, uma jovem tem ilusões demais, é inexperiente demais e o sexo é cúmplice demais de seu amor, para que um rapaz possa sentir-se lisonjeado; ao passo que uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios a serem feitos. Enquanto uma é arrastada pela curiosidade, por seduções estranhas às do amor, a outra obedece a um sentimento consciencioso. Uma cede, a outra escolhe. Essa escolha já não é uma imensa lisonja?

    inferno, ela perguntou, senão uma vingança eterna

    E o que é o inferno, ela perguntou, senão uma vingança eterna por algumas faltas de um dia?

    Antes de mais nada, seu instinto tão delicadamente feminino dizia-lhe que é muito mais belo obedecer a um homem de talento do que conduzir um tolo, e que uma jovem esposa, obrigada a pensar e a agir como homem, não é nem mulher nem homem, abdica todos os encantos de seu sexo ao perder suas fraquezas, e não adquire nenhum dos privilégios que nossas leis reservaram aos mais fortes.

    A fisionomia das mulheres só começa aos trinta anos. Até essa idade o pintor só encontra em seus rostos o rosa e o branco, sorrisos e expressões que repetem um mesmo pensamento, pensamento de juventude e amor, pensamento uniforme e sem profundidade;

    Raciocinar, quando é preciso sentir, é próprio das almas sem relevo.

    Uma mulher de trinta anos possui atrativos irresistíveis para um homem jovem;

    Com efeito, uma jovem tem ilusões demais, é inexperiente demais e o sexo é cúmplice demais de seu amor, para que um rapaz possa sentir-se lisonjeado; ao passo que uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios a serem feitos. Enquanto uma é arrastada pela curiosidade, por seduções estranhas às do amor, a outra obedece a um sentimento consciencioso. Uma cede, a outra escolhe. Essa escolha já não é uma imensa lisonja?

    Nós, mulheres, somos mais maltratadas pela civilização do que o seríamos pela natureza.

    Esses personagens de falso mérito interrogam em vez de falar, têm a arte de pôr os outros em cena para evitar se mostrarem diante deles; depois, com uma feliz habilidade, puxam cada um pelo fio de suas paixões ou de seus interesses, e jogam assim com os homens que lhes são realmente superiores, transformando-os em marionetes, e os consideram pequenos por os terem rebaixado até eles. Obtêm então o triunfo natural de um pensamento mesquinho, mas firme, contra a mobilidade dos grandes pensamentos.

    inferno, ela perguntou, senão uma vingança eterna

    E o que é o inferno, ela perguntou, senão uma vingança eterna por algumas faltas de um dia?

    eBooks por Honoré de Balzac

    Página do autor

    Relacionados com esse eBook

    Navegar por coleções eBooks similares