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    A política da ficção (YMAGO ensaios breves Livro 5)
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    A política da ficção (YMAGO ensaios breves Livro 5)

    Por Jacques Rancière
    Existem 5 citações disponíveis para A política da ficção (YMAGO ensaios breves Livro 5)

    Sobre

    A política da ficção procura examinar a partir da experiência literária do realismo a disrupção estética que internamente a perturba. Os efeitos de real são tomados como excessos descritivos mas também como elementos supérfluos e inúteis onde se jogam falsas evidências e contra-interpretações do significado literário. Trata-se de questionar o teor político do excesso «realista» para além da lógica clássica da representação e compreender uma nova experiência do sensível como testemunho de um mundo alternativo que não se subordina à coerência narrativa.
    Ao interpretar os aspectos descritivos do romance realista, Jacques Rancière mostra como esses elementos de excesso, que atestam a ordem verosímil do real, ou a lógica da acção e do relato, rompem com a evidência da estrutura narrativa e a singularidade do mero pormenor. A ficção ao designar uma certa composição de elementos e acontecimentos abre-se também a diferentes capacidades da experiência sensível. Ao considerar a «ociosidade» e a «insignificância» da coisa vulgar, ela desperta para a esfera da existência. Em vez de conformar o real, dá lugar à existência de novas sensações, gestos e comportamentos. Já não é o real que se descreve mas a vida e a capacidade de qualquer um. A ficção literária constrói assim uma coexistência de experiências sensoriais onde ganha forma a ligação universal de experiências liberta de todo e qualquer enredo casual e onde se afirma a possibilidade de outras formas e expressões. Contudo, é a disjunção estética e a disjunção entre o saber e o agir, entre o fazer e o ser, que separa a literatura da política enquanto processo onde a questão da igualdade e da democracia se torna premente.
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    Citações de A política da ficção (YMAGO ensaios breves Livro 5)

    É este o sentido assustador da «democracia» literária: qualquer um pode sentir seja o que for.

    Este foi, no meu entender, o sentido histórico do modernismo: a construção de um sensorium de igualdade radical, que tornava a arte e a vida indistinguíveis na medida em que fazia equivaler todas as experiências e ligava qualquer uma delas com todas as outras.

    Barthes olha para o texto do ponto de vista estruturalista, que vê na obra o desenvolvimento autónomo da sua própria necessidade interna, contra a velha lógica da semelhança e da referencialidade.

    De forma que o pormenor inútil diz: eu sou o real, o real desprovido de utilidade e de sentido, o real que prova a sua realidade precisamente pelo facto de ser inútil e não ter sentido.

    É neste momento que surge o efeito de real: a função do pormenor inútil é a da mera atestação do real.

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