Este é o segundo romance que leio, de Loreni Fernandes Gutierrez (o terceiro livro da autora). Como no primeiro, a temática é voltada para a história de mulheres sensíveis, atuantes e vencedoras. Como ela própria, sem nenhum arroubo de feminismo retrógrado. Neste romance, aflora o idealismo, no sentido mais popular da palavra, beirando o fantástico e a atitude visionária, com a firme e clara determinação de contribuir, de alguma forma, para o aperfeiçoamento da humanidade. Percebe-se a sua indignação, muito atual e pertinente, contra a poluição assustadora do planeta, com a devastação dos recursos naturais, com o aquecimento global, com as chuvas torrenciais, com os terremotos, os maremotos, os furacões, a desnutrição e a fome. Paralelamente, revela a sua decepção com a inércia dos governantes e com a corrupção dos políticos. E nesse emaranhado de desilusões, cria a figura mítica de Amarílis, nascida e criada em algum lugar da América do Sul, que conserva a pureza, a sensibilidade e a inteligência das pessoas predestinadas a mudar o rumo e o destino de uma civilização, quer através da política, quer através de sua atuação individual. A ficção é otimista, e demonstra a convicção íntima da autora na evolução espiritual do homem e na sua capacidade de regeneração. Por isso mesmo é que este livro nada mais é do que um exemplo de cidadania, um alerta, uma proposta a cada um de nós, para que nos preocupemos com a sorte do universo que nos cerca. Amarílis, nesse contexto, é o exemplo vivo de que em qualquer sociedade existem pessoas diferenciadas que podem mudar o curso das coisas erradas. Amarílis é a flor que renasce, a bandeira que se desfralda, o ideal que se renova, o otimismo que contagia. E as borboletas, que a cercam, representam a polinização dos ideais que se renovam e do otimismo que contagia e se difunde ? em prol da recuperação da natureza.
Amália, Amarílis e as Borboletas
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