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    Anorexia da Ética: e outros escritos

    Por Jayme Vita Roso

    Sobre

    Anorexia. Em seu dicionário, Houaiss registra: ?falta ou perda de apetite?. Na história de nossa República, talvez nunca se tenha presenciado tanta anorexia pela ética e pelos bons costumes republicanos. O Estado brasileiro foi privatizado, função de interesses particularistascorporativistas e em detrimento dos interesses objetivos da imensa maioria da população. Perverteu-se até mesmo a origem etimológica da palavra ? res publica: coisa do povo, de propriedade do povo ? e transformou-se o Estado em verdadeira res privada. Justiça seja feita, contudo: privatização essa não inventada pela República, foi herdada do Império, que por sua vez a herdou da Colônia, desde os tempos das Capitanias Hereditárias.

    Em uma coletânea de artigos publicados ao longo de seis anos, é difícil manter certa unidade teórica e de pensamento, uma espinha dorsal que lhes dê sustentação. E isto porque os assuntos são variados, a realidade social, muito dinâmica, e as pessoas também mudam, claro. Entretanto, nesta coletânea, e em todos os artigos aqui publicados ? áreas jurídica, social, econômica, de política internacional, e mesmo naquelas de puro afeto ? consegue-se perceber a linha mestra que os une: a indignação sagrada contra aquela anorexia e a defesa dos verdadeiros valores republicanos.

    Na trilha de Miguel de Unamuno, Jayme Vita Roso não perdeu a capacidade de indignar-se e não consegue se calar; do velho espanhol basco, em seu discurso famoso na Universidade de Salamanca, Jayme parece ter guardado as palavras: ?Há momentos em que calar é mentir. Porque o silêncio pode ser tomado como aquiescência.?

    Este livro reúne 52 artigos; boa parte deles voltada para a área do Direito, onde o talento de Jayme Vita Roso consegue vê-lo ?de dentro?, como seria a obrigação de um bom advogado, e ?de fora? ? sua integração ao sistema sócio-econômico e histórico em que foi gerado ? conhecimento não comum de ser encontrado. Passeia pela política, pela economia, pelo meio ambiente, pelas relações internacionais, pela filosofia, por nossa História brasileira e também pela nossa História latino-americana.

    Nele, há igualmente espaço para o afeto pessoal e o lirismo em seus dois artigos sobre D. Hélder Câmara; para seu preitos de saudade e de admiração a Théodore Monod, a Luiz Washington Vita e a Paulo Dantas; para a lembrança do homem revoltado Albert Camus; para a ?ressurreição? do grande brasileiro esquecido, Eduardo Prado; para o resgate da pátria, na afirmação política de Itamar Franco. E para o sarcasmo ? porque não? ? em Comer, Engordar, é Só Engolir Fast-Food.

    E pulsa ainda sua participação política em A Gestão Democrática de São Paulo: da Utopia ao Sonho Realizado.

    Em seu último artigo ? A Desconstrução da Democracia ou Quando Participar Significa Mobilizar a Sociedade ? continua coerente o jurista engajado, herdeiro dos legítimos ideais republicanos, ao defender, ?nas razões de decidir?, a aplicação do ?direito? e não da ?lei?, necessariamente, pois nem toda lei é justa e digna do direito.

    De Jayme Vita Roso, se poderia repetir a epígrafe do artigo com que ele abre esta coletânea: Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé.

    Raul de Mattos Paixão Junior
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