O pacto teve seu início na eternidade, no seio da Deidade eterna. A comunidade pactual, a igreja, teve início com a vocação de Abraão. A partir do tempo de Abraão, Deus sempre manteve uma comunidade pactual sobre a terra. A seguinte declaração pode ser uma definição correta de igreja: Uma comunidade pactual, composta de indivíduos crentes em Deus, portando todos eles o sinal e o selo do pacto. Veremos ainda que a unidade do pacto, a partir de Abraão, representa a unidade da igreja neotestamentária desde Abraão. Naturalmente, a igreja neotestamentária é diferente, em muitos aspectos, da comunidade pactual dos crentes da antiga dispensação. Não obstante, ela é uma igreja. É por este mesmo pacto, estabelecido com Abraão, que os crentes são salvos hoje. Abraão é o pai de todos os que creem.
Paulo afirma a permanência do pacto (Gl 3.17) e ensina que: (a) os cristãos são os filhos de Abraão (Gl 3.7, 26, 29; 4.21, 23, 28); (b) o crente é justificado pela mesma fé de Abraão e recebe as mesmas promessas (Rm 4); (c) os gentios são estranhos ao pacto e por isso devem ser trazidos para ele mediante a conversão (Ef 2.12); (d) as condições da salvação reveladas no pacto permanecem iguais (Gn 15.6; Rm 4.11; Hb 2.4; At 15.11; Gl 3.6-14; Hb 11.9); (e) o escritor da carta aos Hebreus fala do pacto imutável (Hb 6.3-20); (f) Paulo se refere aos apóstolos como ?ministros do pacto? (2Co 3.6); (g) e o último eco do pacto se ouve em Apocalipse 21.3, onde as mesmas palavras repetidas com tanta frequência, no coração do pacto, são mencionadas pela última vez: uma consumação apropriada da revelação bíblica.
Apesar das grandes diferenças na administração do pacto, sob a nova dispensação, é evidente que está em vigor o mesmo pacto de graça. Isto será ampliado na discussão da igreja e dos sacramentos. Por ora a questão crucial é: Qual é a posição dos filhos dos crentes no seio da comunidade pactual? Sua posição é essencialmente a mesma nas dispensações antiga e nova? É válido deduzir que, uma vez que os herdeiros menores tinham um lugar nas promessas pactuais, sob a antiga dispensação, eles devem ter um lugar semelhante sob a nova? Que evidências extraídas das ordenanças sacramentais sustentam esse ponto de vista?