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    Baú de espantos

    Por Mario Quintana
    Existem 4 citações disponíveis para Baú de espantos

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    Em Baú de espantos, publicado pela primeira vez em 1986, Mario Quintana reúne num só gesto poético o passado e o futuro, através do exercício da memória e das percepções que o assaltam diante das mudanças trazidas pela modernidade. Aqui aparece menos o Quintana ecológico e mais o poeta tocado pela nostalgia da vida simples, deixada para trás pelos arranha-céus e pela agitação da cidade grande.
    Ao mesmo tempo, o poeta absorve o imaginário do espaço sideral para alimentar seu lirismo. Ao lado das clássicas imagens do vento, da lua, da rua de bairro, aparece aqui a nave como metáfora da viagem que é a vida: ?nau exposta aos quatro ventos,/ em pleno céu sulcado de relâmpagos?. O poeta convida o leitor a embarcar com ele numa viagem de poemas que falam de vida e morte, começo e fim, mar e céu.
    Em perfeita circularidade, a possibilidade do fim (fim da vida, fim das coisas simples) acaba por suscitar o retorno daquilo de que se sente saudade. Junto com a ideia de navegação, impõe-se a imagem do menino eterno por trás de cada ato de evocação e escrita poética. O garoto errante e sonhador sempre retorna nos versos de Quintana, seja como objeto, seja como o sujeito que fala. O mar da memória é um baú de maravilhas.
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    Citações de Baú de espantos

    Conversa fiada Eu gosto de fazer poemas de um único verso. Até mesmo de uma única palavra Como quando escrevo o teu nome no meio da página E fico pensando mais ou menos em ti Porque penso, também, em tantas coisas… em ninhos Não sei por que vazios em meio de uma estrada Deserta… Penso em súbitos cometas anunciadores de um Mundo Novo E — imagina! — Penso em meus primeiros exercícios de álgebra, Eu que tanto, tanto os odiava… Eu que naquele tempo vivia dopando-me em cores, flores, [amores, Nos olhos-flores das menininhas — isso mesmo! O mundo Era um livro de figuras Oh! os meus paladinos, as minhas princesas prisioneiras em [suas altas torres, Os meus dragões Horrendos Mas tão coloridos… E — já então — o trovoar dos versos de Camões: “Que o menor mal de todos seja a morte!” Ah, prometo àqueles meus professores desiludidos que na [próxima vida eu vou ser um grande matemático Porque a matemática é o único pensamento sem dor… Prometo, prometo, sim… Estou mentindo? Estou! Tão bom morrer de amor! e continuar vivendo…

    Espantos Neste mundo de tantos espantos, cheio de mágicas de Deus, o que existe de mais sobrenatural

    Sei que choveu à noite Sei que choveu à noite. Em cada poça há um brilho azul e [nítido. Sobre as telhas, os diabinhos invisíveis do vento escorregam [num louco tobogã. Um mesmo frêmito agita as roupas nos varais e os brincos nas [orelhas… Ó ânsia aventureira! Parece que surgem bandeirolas nos dedos [mágicos dos inspetores do tráfego… Ah, que vontade de [desobedecer os sinais! E mesmo as escolas, onde agora está presa a meninada, nunca [essas escolas rimaram tão bem com opressivas gaiolas… Só deveria haver escolas para meninos-poetas, onde cada um [estudasse com todo o gosto e vontade o que traz na [cabeça e não o que já está escrito nos manuais. E, se duvidares muito, daqui a pouco sairão voando todas as [gravatas-borboletas, enquanto os seus donos atônitos [aguardam o sinal verde nas esquinas. [Decerto elas foram em busca de novos ares… Mas sossega, coração inquieto. Não vês? Sob o azul cada vez [mais azul, a cidade lentamente está zarpando para um porto [fantástico do Oriente.

    Sei que choveu à noite Sei que choveu à noite. Em cada poça há um brilho azul e [nítido. Sobre as telhas, os diabinhos invisíveis do vento escorregam [num louco tobogã. Um mesmo frêmito agita as roupas nos varais e os brincos nas [orelhas… Ó ânsia aventureira! Parece que surgem bandeirolas nos dedos [mágicos dos inspetores do tráfego… Ah, que vontade de [desobedecer os sinais! E mesmo as escolas, onde agora está presa a meninada, nunca [essas

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