Este é um romance de intrincada, antes refinada trama. Há nele mais de um fio condutor, e, conforme o personagem e narrador, o pretexto maior por que foi escrito é a introdução de um ato no no romance Dom Casmurro, obra-prima de Machado de Assis, especialmente no que toca ao comportamento das conhecidas e discutidas personagens principais, ou seja, Capitu, com suas confidentes e confidências, e seu marido doutor Bento, este às turras com a vida e com seu falecido amigo Escobar. Já as informações constantes dos primeiros capítulos fornecem uma espécie de roteiro que, sem dúvida, visam a facilitar o pleno entendimento da extensa narrativa, na qual o leitor perceberá o quanto de surpresas o aguardam numa história movimentadíssima, cujo rigor técnico a par da simplicidade, beleza e cadenciamento de estilo, limpidez de linguagem e riqueza humana exposta (no desfilar de imagens e metáforas, escancara-se o bicho humano com todas suas qualidades e vícios, todos) superam em muito a possível sugestão de se estar diante de mais um subproduto da obra machadiana.
Ora, para começar, no romance de Machado, Capitu foi mandada pelo marido à Suíça, onde desapareceria inativa; para o escritor atual, esperta como era, ela não haveria de permanecer impassível, já que, voltando ao Brasil e manipulando as fraquezas do Dr. Bento, haveria de virar todo um jogo que lhe era francamente desfavorável. Mas outra história paralela existe e é tão envolvente quanto: a do autor-personagem, que a conta na primeira pessoa.
Neste livro, portanto, personagens de Machado de Assis são trazidas de volta com suas características originais, mas acréscimos surgidos da fértil imaginação do novo autor, permeando a narrativa insólitos comportamentos e ações próprias dos dias de hoje, quando se avulta a história pessoal do Dr. Ângelo. O romance tem vários desfechos dramáticos, frutos dos fios condutores. Na atualidade, tão desfigurada pelos muitos desafios de cada dia, como sabemos, uma metáfora como esta tem de ser reconhecida e admirada. Este é pois um romance muito atual. E belíssimo.
Ora, para começar, no romance de Machado, Capitu foi mandada pelo marido à Suíça, onde desapareceria inativa; para o escritor atual, esperta como era, ela não haveria de permanecer impassível, já que, voltando ao Brasil e manipulando as fraquezas do Dr. Bento, haveria de virar todo um jogo que lhe era francamente desfavorável. Mas outra história paralela existe e é tão envolvente quanto: a do autor-personagem, que a conta na primeira pessoa.
Neste livro, portanto, personagens de Machado de Assis são trazidas de volta com suas características originais, mas acréscimos surgidos da fértil imaginação do novo autor, permeando a narrativa insólitos comportamentos e ações próprias dos dias de hoje, quando se avulta a história pessoal do Dr. Ângelo. O romance tem vários desfechos dramáticos, frutos dos fios condutores. Na atualidade, tão desfigurada pelos muitos desafios de cada dia, como sabemos, uma metáfora como esta tem de ser reconhecida e admirada. Este é pois um romance muito atual. E belíssimo.
