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    Ciranda de pedra

    Por Lygia Fagundes Telles
    Existem 8 citações disponíveis para Ciranda de pedra

    Sobre

    Quando um casal de classe média se separa, a caçula, Virgínia, é a única das três filhas que vai morar com a mãe. É do ponto de vista dessa menina deslocada e solitária que se narram os dramas ocultos sob a superfície polida da família. Loucura, traição e morte são as forças perversas que animam esse singular romance de formação, que já na época de seu lançamento, em 1954, chamou a atenção para o talento e a originalidade da literatura de Lygia Fagundes Telles. Saudado com entusiasmo por intelectuais como Antonio Candido, Paulo Rónai, Otto Maria Carpeaux e Carlos Drummond de Andrade, Ciranda de Pedra mantém-se há meio século como um dos livros mais amados da autora. Sua popularidade é tão grande que rendeu duas telenovelas da Rede Globo, uma em 1981 e a outra em 2008.

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    Citações de Ciranda de pedra

    Pois é preciso amar o inútil porque no inútil está a Beleza. No inútil também está Deus.

    Só agora via o quanto se enganara. Indiferença era a paz estagnada de Otávia. E tranquilidade era aquilo, aquela quietude sob a qual a vida palpitava.

    Ouça, Virgínia, é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca. A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas.

    A melhor maneira para seguir não acreditando em nada é nos cercarmos de padres e freiras que acreditam demais.

    “Ouça, querida”, disse Otávia certa vez, “não fique assim com essa mentalidade de donzela folhetinesca, não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química. Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa.”

    ficou pensando que mais importante do que nascer é ressuscitar.

    impercept-brível

    Mas a gente não é só isso, entende? Dentro desse corpo, Virgínia, há como que um sopro, isso é o que a gente é de verdade. E isso não morre nunca. Com a morte esse sopro se liberta, vai-se embora varando as esferas todas, completamente livre, tão livre… O corpo se apaga como uma lâmpada, esfria como… — E Daniel fez uma pausa, vagando o olhar em redor. — Exatamente como um ferro de engomar que você desliga: assim que a tomada é arrancada, o ferro vai esfriando, esfriando e se transforma apenas num peso morto, sem calor, sem vida. A diferença é que o calor do ferro elétrico se perde quando é desligado, ao passo que esse calor das suas mãos, esse brilho dos seus olhos, esse sopro, esse alento… — Calou-se.

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