O Twitter fervia, a tensão pairava no ar. Várias meninas disputavam uma mesma amiga numa briga um tanto delicada. Um duelo de teclados. Afirmavam todas que eram, sim, ?A? preferida.
Fiquei surpresa. Nunca tive dessas coragens. Nunca a ousadia de afirmar assim abertamente ser A preferida, nem ao menos de perguntar se era! Vai que a criatura desmentisse, negasse?Eu ficava como? Sempre me mantive discreta, neutra nessas coisas de preferência. Nada de politicamente correto. Medo de passar vergonha mesmo.
Ser a preferida é um sonho acalentado por muitas, um secreto desejo ? ainda que a maioria desconverse. Agora, além de tudo ainda tem nome chique, importado. BF, best friend (melhor amiga). BFF, Best Friend Forever (melhor amiga para sempre). O termo é sofisticado. O objetivo, meio podre. Classifica umas e exclui outras, tão boas quanto. Deixa um rastro de destruição no seu encalço.
Fiquei com pena. A maior riqueza da amizade é justamente a leveza de poder ser bobo, natural, falar o que vem à cabeça e poder ser de muitos. Amigos podem, sim, ao contrário das regras amorosas ocidentais, ser de muitos. E todos juntos, sinônimo de diversão garantida.
Ficou importante ser a melhor, The Best. A mais querida, a melhor de todas, a grande eleita. Saímos da permissividade feliz que a amizade proporciona. Entramos na seara da exclusividade e do ciúme tão típica e dolorosa dos namoros e casamentos.
O que antes era pique-pega descontraído agora virou Fórmula1. Tem rankings e pódio. Isso não me cheira bem. Prevejo chuvas e tempestades no Twitter, no Facebook e, pior, na alma de muitas.
Quem tem amigos sabe. Cada um tem seu jeito, cada um sua maneira. Uns servem mais para a gente rir junto e muito e de tudo. Outros servem para boa parceria de trabalho. Tem aqueles que você ama, pensa parecido. Os que adivinham quando você está mal e te ligam por intuição, depois de um tempão afastados. Os que você chora junto. E aquele que te leva à cartomante, escondido dos outros todos.
Fiquei surpresa. Nunca tive dessas coragens. Nunca a ousadia de afirmar assim abertamente ser A preferida, nem ao menos de perguntar se era! Vai que a criatura desmentisse, negasse?Eu ficava como? Sempre me mantive discreta, neutra nessas coisas de preferência. Nada de politicamente correto. Medo de passar vergonha mesmo.
Ser a preferida é um sonho acalentado por muitas, um secreto desejo ? ainda que a maioria desconverse. Agora, além de tudo ainda tem nome chique, importado. BF, best friend (melhor amiga). BFF, Best Friend Forever (melhor amiga para sempre). O termo é sofisticado. O objetivo, meio podre. Classifica umas e exclui outras, tão boas quanto. Deixa um rastro de destruição no seu encalço.
Fiquei com pena. A maior riqueza da amizade é justamente a leveza de poder ser bobo, natural, falar o que vem à cabeça e poder ser de muitos. Amigos podem, sim, ao contrário das regras amorosas ocidentais, ser de muitos. E todos juntos, sinônimo de diversão garantida.
Ficou importante ser a melhor, The Best. A mais querida, a melhor de todas, a grande eleita. Saímos da permissividade feliz que a amizade proporciona. Entramos na seara da exclusividade e do ciúme tão típica e dolorosa dos namoros e casamentos.
O que antes era pique-pega descontraído agora virou Fórmula1. Tem rankings e pódio. Isso não me cheira bem. Prevejo chuvas e tempestades no Twitter, no Facebook e, pior, na alma de muitas.
Quem tem amigos sabe. Cada um tem seu jeito, cada um sua maneira. Uns servem mais para a gente rir junto e muito e de tudo. Outros servem para boa parceria de trabalho. Tem aqueles que você ama, pensa parecido. Os que adivinham quando você está mal e te ligam por intuição, depois de um tempão afastados. Os que você chora junto. E aquele que te leva à cartomante, escondido dos outros todos.