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    Ditadura à brasileira: 1964-1985: A Democracia Golpeada à Esquerda e à Direita

    Por Villa, Marco Antonio
    Existem 14 citações disponíveis para Ditadura à brasileira: 1964-1985: A Democracia Golpeada à Esquerda e à Direita

    Sobre

    Um livro fundamental para quem quer entender as peculiaridades da ditadura brasileira Com seu estilo coloquial, direto e despojado, e após polemizar em torno do comportamento do Poder Judiciário e do escândalo político no livro Mensalão, Marco Antonio Villa agora desmistifica a ditadura brasileira, tanto em sua duração como em seus efeitos. Narra aqui a história desse período de maneira simples e objetiva, com o intuito de ser claro e transparente.Já afirmou que 'é rotineira a associação do regime militar brasileiro com as ditaduras do Cone Sul (Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai). Nada mais falso. [...] Enquanto a ditadura argentina fechou cursos universitários [...] privatizou e desindustrializou a economia [...], no Brasil ocorreu justamente o contrário [...]. Os governos militares industrializaram o país, modernizaram a infraestrutura, romperam os pontos de estrangulamento e criaram as condições para o salto recente do Brasil'. Sem se omitir quanto aos excessos que levaram à perseguição, tortura e morte no período entre o final de 1968 e 1979, para ele, porém, 'o regime militar brasileiro não foi uma ditadura de 21 anos. Não é possível chamar de ditadura o período 1964-1968 (até o AI-5), com toda a movimentação político-cultural. Muito menos os anos 1979-1985, com a aprovação da Lei de Anistia e as eleições para os governos estaduais em 1982'.Mordaz, Villa diz que o panorama intelectual brasileiro é desalentador: 'Com a redemocratização, os intelectuais foram se afastando. Contam-se nos dedos aqueles que têm uma presença ativa'. A seu ver, muitos dos que hoje se dizem justiceiros do regime militar, naquela época, 'estranhamente, omitiram-se quando colegas foram aposentados compulsoriamente pelo AI-5, como Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso [...] ou presos e condenados, como Caio Prado Júnior'.
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    Citações de Ditadura à brasileira: 1964-1985: A Democracia Golpeada à Esquerda e à Direita

    Cinco dias após a posse de Castello, uma pesquisa de opinião pública realizada no Rio de Janeiro indicou que 69% dos entrevistados acreditavam que a queda de Goulart devera-se ao repúdio ao comunismo, 72% não queriam a volta do ex-presidente à política, e 85% eram a favor da cassação de mandatos.

    O autoritarismo aqui faz parte de uma tradição antidemocrática solidamente enraizada e que nasceu com o Positivismo, no final do Império.

    Por meio do seu braço armado, o Movimento Revolucionário Tiradentes, as Ligas Camponesas apostavam na luta armada desde 1962, quando foram descobertos, no Brasil, oito campos de treinamento militar, organizados com recursos provindos de Cuba.

    Nos últimos anos se consolidou a versão de que os militantes da luta armada combateram a ditadura em defesa da liberdade. E que os militares teriam voltado para os quartéis graças às suas heroicas ações. Em um país sem memória, é muito fácil reescrever a história. A luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, sequestros, ataques a instalações militares e só. Apoio popular? Nenhum.

    Estavam isolados, sem contato com a liderança urbana do partido, impossibilitados de receber armas e novos combatentes. Foram na prática abandonados pelo partido na selva amazônica.

    Relatou que o médico espiritualista baiano Newton Pinto, pela “leitura” do seu polegar direito, concluiu que “se não for presidente agora, será da próxima vez”. De acordo com Maluf, o “médico encontrou no polegar de minha mão direita a cruz de São Sebastião, só encontrada em uma pessoa entre 100 milhões, e que é a cruz da presidência”.

    A perversa estrutura coronelística esteve presente: Durante a campanha foram denunciados casos de favorecimento no alistamento nas frentes de trabalho ou no transporte de água nos caminhões-pipas. Votar no PDS, segundo propagavam seus dirigentes, significava votar pela continuidade da ajuda federal, que seria interrompida caso vencesse um dos partidos oposicionistas, especialmente o maior deles, o PMDB.188

    Se a eleição de 1970 foi marcada pelo medo – e pelas abstenções e votos em branco – e a eleição de 1978, pela vigência da Lei Falcão; em 1974, com direito ao horário gratuito no rádio e na televisão – criado pelo regime militar, registre-se –, o MDB teve liberdade para fazer a sua propaganda.

    O regime militar brasileiro não foi uma ditadura de 21 anos. Não é possível chamar de ditadura o período 1964-1968 (até o AI-5), com toda a movimentação político-cultural que havia no país. Muito menos os anos 1979-1985, com a aprovação da Lei de Anistia e as eleições diretas para os governos estaduais em 1982. Que ditadura no mundo foi assim?

    Os militantes dos grupos de luta armada construíram um discurso eficaz. Quem os questiona é tachado de adepto da ditadura. Assim, ficam protegidos de qualquer crítica e evitam o que tanto temem: o debate, a divergência, a pluralidade, enfim, a democracia. Mais: transformam a discussão política em questão pessoal, como se a discordância fosse uma espécie de desqualificação dos sofrimentos da prisão. Não há relação entre uma coisa e outra: criticar a luta armada não legitima o terrorismo de Estado.

    Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que recebe deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as revoluções, a sua legitimação.

    Em um país sem memória, é muito fácil reescrever a história.

    Rejeito as doutrinas de arbítrio; abomino as ditaduras de todo o gênero, militares ou científicas, coroadas ou populares; detesto os estados de sítio, as suspensões de garantias, as razões de Estado, as leis de salvação pública; odeio as combinações hipócritas do absolutismo dissimulado sob as formas democráticas e republicanas; oponho-me aos governos de seita, aos governos de facção, aos governos de ignorância; e, quando esta se traduz pela abolição geral das grandes instituições docentes, isto é, pela hostilidade radical à inteligência do País nos focos mais altos da sua cultura, a estúpida selvageria dessa fórmula administrativa impressiona-me como o bramir de um oceano de barbaria ameaçando as fronteiras de nossa nacionalidade.109

    Insistiu que seu governo consolidaria “os ideais do movimento cívico da nação brasileira nestes dias memoráveis de abril, quando se levantou unida, esplêndida de coragem e decisão, para restaurar a democracia e libertá-la de quantas fraudes e distorções que a tornavam irreconhecível. Não

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