We love eBooks

    Eclipse

    Por John Banville
    Existem 9 citações disponíveis para Eclipse

    Sobre

    Alexander Cleave é, ou costumava ser, um ator. Agora, aos cinquenta anos de idade e segundo suas próprias palavras, é ?um homem adulto numa casa assombrada, obcecado pelo passado?. O fato é que ele abandonou os palcos num rompante, quando uma apresentação rumava para o seu clímax, para, depois, isolar-se na casa em que cresceu e se entregar a uma sucessão de ?dias vazios?, os quais ?parecem feitos metade de tempo e metade de memória?.


    Neste romance ímpar, de tom lírico, o irlandês John Banville parece ressaltar a todo instante que o isolamento de Cleave é superficial ou, melhor dizendo, apenas aparente. De fato, seu narrador-protagonista está o tempo todo soterrado por uma multidão fantasmagórica, com a qual procura dialogar, ainda que sua esposa Lydia faça questão de frisar: ?Você é teu próprio fantasma?.


    Assim, como se estivesse ?condenado? a passar seus dias ?revolvendo palavras, frases avulsas, fragmentos de memória?, Cleave não se distancia, mas acaba por mergulhar nos outros, em Lydia, na filha Cass e, claro, nos que partiram ou estão prestes a partir. Cass, que sofre de uma enfermidade similar à esquizofrenia, é uma ausência opressora, a única pessoa capaz de resgatar o pai de sua idealizada tentativa de autoexílio para algo aterradoramente real.


    Banville empresta às idas e vindas de Cleave uma beleza dilaceradora. Sua voz procura se firmar como a derradeira tentativa de sustentar as paredes de um mundo que se esfarela. Ao final, depois que ?o real adquire uma qualidade tensa, trêmula? e tudo parece mesmo ?fadado à dissolução?, resta-nos a certeza e, talvez, o consolo de que o esforço, pela sua própria e extraordinária beleza, não é, não pode ser inútil.


    O segundo romance da trilogia, Sudário, será lançado em breve pela Biblioteca Azul. Luz Antiga, que a finaliza (todos os livros podem ser lidos separadamente), foi lançado em 2013 na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), quando Banville foi autor convidado do evento.

    Baixar eBook Link atualizado em 2017
    Talvez você seja redirecionado para outro site

    Definido como

    Listados nas coleções

    Citações de Eclipse

    O que há no passado que faz o presente, por comparação, parecer tão pálido e sem peso?

    Percebem como me defendo e me esquivo, como um pugilista de baixa categoria? Começo a falar da casa ancestral e uma ou duas frases depois já mudei para a casa vizinha. Esse sou eu da cabeça aos pés.

    O homem que se faz por si mesmo não tem um terreno sólido onde se firmar.

    Talvez eu tenha encolhido, isso não me surpreenderia. O sofrimento é um atrofiador garantido.

    que sou um monstro de egoísmo, que no palco não consigo atuar e na vida nunca cesso de atuar

    Há em mim, bem lá no fundo, como deve haver em qualquer um — ao menos espero que haja, pois não desejaria ficar sozinho nisto —, uma parte que não se importa com nada além de si mesmo.

    A vida, a vida é sempre uma surpresa. Justo quando se pensa que pegou o jeito dela, que se aprendeu seu papel com perfeição, alguém no elenco vai meter na cabeça de começar a improvisar, e toda a maldita produção virará um caos.

    Os autores trágicos estão errados, não há grandeza no sofrimento.

    Já era verão agora, um daqueles dias vagos e preguiçosos do começo de junho que parecem feitos metade de tempo e metade de memória.

    eBooks por John Banville

    Página do autor

    Relacionados com esse eBook

    Navegar por coleções eBooks similares