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    Epistemologia das Ciências da Educação (Retórica e Argumentação na Pedagogia Livro 7)

    Por Tarso Mazzotti
    Existem 5 citações disponíveis para Epistemologia das Ciências da Educação (Retórica e Argumentação na Pedagogia Livro 7)

    Sobre

    A palavra epistemologia tem sido utilizada para designar qualquer teoria de conhecimento, como o a do senso comum. No entanto foi criada pelo filósofo escocês James F. Ferrier (1808-1864), para designar uma disciplina que tem por objeto o conhecimento científico, utilizando a palavra grega epistêmê cujo significado técnico é conhecimento científico ou confiável; e logos, discurso, narrativa. Em seu significado estrito designa o estudo crítico (analítico) para determinar valor explicativo e preditivo de algum procedimento científico. Em seu significado extenso epistemologia é o ?estudo da constituição de conhecimentos válidos?, portanto não se restringe aos produzidos pelas ciências. Esse significado extenso também pode ser denominado, como se fazia na linguagem técnica da filosofia, por gnoseologia, de gnosis, conhecimento.
    Ferrier propôs a disciplina epistemologia para superar as disputas filosóficas, uma vez que essas são incidíveis, isto porque não há critérios razoáveis para verificação e validação de seus enunciados. A epistemologia apresenta-se, então, como uma disciplina que substitui a Filosofia da Ciência, por utilizar uma metodologia de análise (crítica) intersubjetiva que permite estabelecer as condições de produção de argumentos válidos. Autores britânicos e da área de sua influência não distinguem epistemologia e filosofia das ciência, utilizam esses vocábulos como sinônimos.
    Epistemologia, em seu significado quase consensual, designa uma disciplina que tem por objetivo justificar os procedimentos que sustentam os argumentos científicos distinguindo-os dos demais. Um de seus problemas é o da demarcação entre o senso comum e o senso incomum, as proposições científicas, a qual não se justifica apenas por declarar que tal ou qual conhecimento é ou não do senso comum. Seria necessária um epistemologia científica, na linha proposta por Ferrier, para que seus enunciados sejam verificados e corroborados por qualquer pesquisador. Jean Piaget, por exemplo, delimita o campo de uma epistemologia científica (1975, p. 30-31).
    Na língua da filosofia, o dito por Piaget é um caso de ?ser que se diz de múltiplas maneiras?, cada qual justificável em seu lugar social, sem que se possa sustentar uma teoria do todo ou de tudo (holística), a qual seria o ponto de partida da filosofia da ciência, ou epistemologia. Em ?o ser se diz de múltiplas maneiras? reencontramos a posição de Aristóteles, para quem o rigor argumentativo varia segundo a situação, o que se pretende fazer (Berti, 1991). Não se requer que um marceneiro demonstre os teoremas da geometria que ele utiliza, mas se exige que o geômetra faça-o, mas não se espera que este seja capaz de realizar uma obra de marcenaria.
    Em suma, a epistemologia examina problemas científicos bem determinados, os que são postos no âmbito dos procedimentos de sua criação e justificação, expondo-os para os rejeitar, aperfeiçoar ou validar. Os problemas epistemológicos são preliminares e consequentes de alguma metodologia de pesquisa. Preliminares, por justificarem a viabilidade da produção de algum conhecimento confiável acerca de algum tema; consequente, por examinarem o realizado tanto para o corroborar quanto rejeitar ou mostrar as suas insuficiências eventualmente propondo uma via para a resolver. Neste âmbito proponho a constituição de uma epistemologia das ciências da educação.
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    Citações de Epistemologia das Ciências da Educação (Retórica e Argumentação na Pedagogia Livro 7)

    se dizer que a Pedagogia é uma ciência da prática educativa, se está sustentando que ela não é imediatamente prática, não se efetiva como uma tecnologia imediata, mas uma reflexão sistemática sobre uma técnica particular: a educação.

    A Pedagogia, condição reflexiva da prática educativa, ora é tomada como tecnologia, ora como ciência, ora como filosofia aplicada. Como tecnologia, confunde-se com a didática geral e com a psicopedagogia; enquanto ciência, aparece como uma das ciências sociais; ao se apresenta como filosofia aplicada, tem-se que uma dada filosofia se torna educativa.

    Sustento, em oposição, que a negação da possibilidade de uma ciência da prática apoia-se na negação da lógica indutiva que afirma não ser possível a indução, porque nunca teremos certeza absoluta dos encadeamentos de seus enunciados, como dizem a lógica e a epistemologia clássicas.

    Os problemas epistemológicos são preliminares e consequentes de alguma metodologia de pesquisa.

    os cientistas quando tomam para si o fenômeno social educação não o fazem de maneira ingênua, abordam-no com suas teorias e estas determinam os objetos, o que se apresenta como problemático segundo as suas teorias, ignorando as demais.

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