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    Folhas inúteis

    Por Aldous Huxley
    Existem 8 citações disponíveis para Folhas inúteis

    Sobre

    Um Huxley dos primórdios, mas com o mesmo frescor


    "Folhas inúteis", romance publicado pela primeira vez em 1925, traz a base fundamental do que viria a ser o estilo do autor


    Irônico, elegante, um crítico de seu tempo. Assim Aldous Huxley era visto pelo meio intelectual inglês nos anos 1920, quando seus primeiros livros chegaram a público. Este "Folhas inúteis", que a Globo Livros, pelo selo Biblioteca Azul, recupera de seu acervo em nova e revisitada edição, se demarca pelo senso de argumentação sedutor que marcaria toda a obra do gênio inglês. Com diálogos de tirar o fôlego, descrições ambivalentes e reflexões demarcadas em ritmos e tons dos mais diversos, o romance, publicado pela primeira vez em 1925, traz a base fundamental do que viria a ser o estilo do autor.


    Parte marcante da obra e do estilo de Aldous Huxley se dá pela profusão e pela vitalidade atemporal de reflexões sobre ideias abstratas, sobre temas filosóficos. Assim o autor inglês ficou conhecido, em especial por "Contraponto" e "Admirável mundo novo". Suas obras apresentam uma espécie de inteligência que está ali ativa a todo o momento e que o leitor, sutilmente, capta nos diálogos e nas digressões do narrador.


    Este "Folhas inúteis", de 1925, é apenas o terceiro romance de Huxley e já então o consagrava como um dos principais nomes da literatura inglesa moderna. Espécie de marco em sua bibliografia, um prenúncio dos temas sobre os quais se debruçaria em obras posteriores, há um traço de espírito próprio do gênio, que dedica suspeitas sentimentais, dores do coração e os inumeráveis conflitos da mente diante de uma sociedade que a achata, a uma classe de escrita sensível, de junção de proeza técnica com paixão humana.


    Um fino retrato de um grupo que se encontra em um palacete italiano para discutir cultura, sociedade, o seu tempo. Ou antes, para lerem-se um ao outro nas entrelinhas de cada convite, pergunta ou comentário carregados de uma segunda intenção que salta à vista, tal qual o coração deixa falar nessas horas. Ou as máscaras sociais que são pouco a pouco desveladas no contato com o outro, ora na figura da imponente sra. Aldwinkle, ora no tato atrapalhado de cada um dos personagens que com ela interage.


    Uma marca de Huxley que podemos ver com clareza neste "Folhas inúteis" é que o foco narrativo se desloca com facilidade por entre os espaços e por entre os personagens, como se parecesse perdido, buscando uma mão que o guie. Há, visivelmente, uma frustração perene no ar. Uma ânsia de recuperar um passado renascentista mas que não se resolve, por mais que o grupo ali se esforce para disfarçar isso.


    Neste sentido, a iniciativa do selo Biblioteca Azul, da Globo Livros, tem o seu maior mérito: passado quase um século desde a publicação da obra, em 1925, esse tipo de jogo social ainda dá as cartas em nossa sociedade, no conflito entre as glórias do passado e de nossas gerações passadas de grandes feitos com o vazio do presente.

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    Citações de Folhas inúteis

    até o ato de comer pode se tornar excitante quando a religião é levada para dentro dele, quando a refeição se torna um mistério, quando a imaginação é estimulada ao máximo toda vez que a campainha soa.

    Dilacerar-se entre duas preferências distintas é o destino doloroso de quase todo ser humano.

    ao final das contas, são os leitores que fazem de um livro o que ele essencialmente é. O autor propõe, os leitores dispõem.

    O dinheiro não traz satisfação quando é preciso trabalhar por ele; porque quando se trabalha para ganhá-lo não há tempo para gastá-lo.

    Mas, sendo um jovem sensato, preferia o ócio, se pudesse escolher, ao dinheiro.

    E os conscientes, os lúcidos, esses são raras exceções, são irrelevantes à realidade maior, são mentiras como o amor ideal, como os sonhos do futuro, como crer na justiça. E viver entre suas obras é viver num mundo de cintilantes falsidades, muito distantes do mundo real; isso é fugir. Fugir é covardia; consolar-se com o que não é verdade ou irrelevante para o mundo em que se vive é estupidez.

    Foi então que aprendi a viver apenas o momento — a ignorar as causas, os motivos, os antecedentes, a recusar a responsabilidade por aquilo que se seguiria.

    Cada homem tem sua própria receita para facilitar o processo de adaptação. Por que ele não pode usar a sua droga em paz? Vocês, jovens, são muito intolerantes. Quantas vezes já tive oportunidade de dizer isso? Na verdade, são um bando de proibicionistas; todos vocês.

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