Metrópole de contrastes acentuados, gigantesco jardim de cimento com mais de 15 mil buracos nas estradas da cidade e trânsito que, nas horas de maior tráfego, chega a atingir 190 quilómetros, babilónia de culturas na expressão dos seus mais de 20 milhões de habitantes (são os números, não oficiais, comentados por toda a população local), São Paulo apresenta-se frenética, cinzenta, quente e... chuvosa, com mais um motim num estabelecimento prisional de menores (a 43ª rebelião desde o início do ano!) a provocar a morte de dois guardas prisionais (e outros tantos feridos), sem que as autoridades tenham apresentado explicações convincentes para o facto de os jovens detidos amotinados apresentarem na sua posse armas de fogo, facas, telemóveis e, imagine-se!, uma granada de mão. Inevitavelmente, fala-se de corrupção (os guardas prisionais recebem menos de 250 euros por mês) e ineficazes revistas às celas (nas últimas horas, os seis mil detidos nas 77 prisões de menores do estado foram minuciosamente revistados, com as televisões a mostrarem, me directo, os detidos reunidos nos pátios, completamente nus).
É assim São Paulo, a poucas horas de um escaldante Corinthians-Palmeiras, pioneiro da cruzada anti-violência promovida pelas autoridades oficiais, na outra face de uma realidade que se deseja sempre colorida e que contou, no estádio Pacaembu, com 25 mil almas para ouvir Lenny Kravitz.
É assim São Paulo, a poucas horas de um escaldante Corinthians-Palmeiras, pioneiro da cruzada anti-violência promovida pelas autoridades oficiais, na outra face de uma realidade que se deseja sempre colorida e que contou, no estádio Pacaembu, com 25 mil almas para ouvir Lenny Kravitz.