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    Memórias Desmortas de Brás Cubas

    Por Pedro Vieira

    Sobre

    ?A todos os jovens alunos que foram forçados a ler minhas primeiras memórias póstumas, dedico estas memórias como forma de retribuição?

    É com esta dedicatória peculiar que o autor inicia a introdução desta paródia do clássico machadiano. A cada capítulo os personagens mais famosos de Machado de Assis vão tendo suas vidas apropriadas e entrelaçadas a pós-morte de Brás Cubas, de maneira bem humorada, compondo uma narrativa pop e atual. A prosa de Machado é bem rememorada e homenageada neste livro, fazendo mérito ao humor que impera em Memórias póstumas de Brás Cubas, onde o protagonista cita logo ao início, sua mais famosa dedicatória: ?ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver, dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas?.

    Memórias desmortas de Brás Cubas é uma ?continuação? das Memórias póstumas, onde o defunto autor narra os fatos após sua morte, quando escapou de seu caixão, espalhando o caos pelo Rio de Janeiro.

    Com uma apresentação fantástica, o autor traz a luz personagens vistos em novelas e contos de Machado, tais como Memórias póstumas, Quincas Borba, O alienista e A cartomante, entre outros, que são devidamente devorados por um obstinado Brás Cubas, na busca da verdade sobre a sua ?zumbificação? e sobre o destino de seu famoso emplasto anti-hipocondria.

    Uma obra para despertar o interesse das novas gerações pelas obras canônicas, e também trazê-las para uma linguagem atual. E, assim sendo, não há nada melhor do que uma boa dose de carnificina zumbi para colocar os clássicos em seu devido lugar!

    Trecho da obra:

    ? Caro amigo, devo lhe informar que eu devorei o seu cérebro. Sinto dizer, mas foi coisa do momento. Instinto, talvez. Aliás, você não devia ter me acordado daquele jeito. Por quê...?
    Prudêncio fez esforço para articular a palavra, mas depois de algumas tentativas eu entendi: ele tentava dizer emplasto. Tive quase certeza. Mas poderia muito bem ser Jamaica. Depois de mortos, eles precisam de algumas sessões no fonoaudiólogo, fica meio difícil de compreender o que querem expressar. Mas era emplasto, decerto. Foi quando tudo se encaixou.
    Ele estava atrás do meu emplasto. Da minha glória, o meu legado, a minha essência. Culpa minha ter mencionado a minha criação em frente àquela corja de interesseiros aglomerada junto ao meu leito. Passei-lhe um belo sermão, e Prudêncio, envergonhado, permaneceu o tempo todo cabisbaixo, choramingando. Ao fim, claramente arrependido, perguntou-me:
    ? Miiiioooolos?
    ? Decerto, velho amigo. Decerto.
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