We love eBooks
    Baixar O amigo Fritz pdf, epub, eBook
    Editora

    O amigo Fritz

    Por Émile Erckmann
    Existem 8 citações disponíveis para O amigo Fritz

    Sobre

    Fritz Kobus leva uma tranquila e despreocupada vida de solteiro rico. O seu ideal é passar o tempo a cuidar da sua bem recheada adega, a divertir-se com os amigos solteiros nas cervejarias da cidade e a provocar o velho rabino com as suas ideias materialistas. Fritz recusa perentoriamente a ideia de se vir a casar e por essa via «perder a sua liberdade». Mas poderá ele resistir aos ternos olhos das raparigas que na sua vida se cruzam?...
    Baixar eBook Link atualizado em 2017
    Talvez você seja redirecionado para outro site

    Definido como

    Listados nas coleções

    Citações de O amigo Fritz

    há gente tão maldosa, e sobretudo as velhas, que tanto se inquietam com o que lhes não diz respeito!

    Kobus — interrompeu Haan, — conhecemos-te há muito tempo, não é a nós que é preciso fazer acreditar. Mas voltando ao que dizias há pouco, é desgraçadamente verdade que aquela vida de cervejaria pode-nos proporcionar um mau bocado. Se se veem tantos homens gordos antes da idade, asmáticos, inchados, e esfalfados, gotosos, diabéticos, hidrópicos às centenas, isso provém da cerveja de Frankfurt, de Estrasburgo, de Munique, ou de qualquer outra parte; porque a cerveja contém muita água, torna o estômago preguiçoso, e quando o estômago está preguiçoso, todos os membros se tornam assim.

    — Certamente, sr. Speck, certamente — respondeu Haan, — quando se quer engordar o gado, faz-se-lhe beber água com sêmeas: se lhe fizessem beber vinho nunca engordaria. Mas, além disso, o que é preciso ao homem é movimento; o movimento entretém as nossas articulações em bom estado, de sorte que se não assemelham a esses carros que chiam cada vez que as rodas giram: coisa muito desagradável. Os nossos antepassados, dotados de uma grande previdência, para evitar esse inconveniente, tinham o jogo da bola, os mastros ensebados, as corridas com sacos, a patinagem, sem contar a dança, a caça e a pesca; agora prevalecem os jogos de cartas de toda a sorte, eis porque a espécie degenera.

    É bem verdade, sr. Haan — disse então o professor Speck, — vale mais beber duas garrafas de bom vinho, do que uma só caneca de cerveja; contém menos água, e, por conseguinte, deposita menos areias na bexiga, todos sabem isto; e por outro lado, a gordura resulta igualmente da água. O homem que não bebe senão vinho tem, pois, a sorte de ficar magro por muito tempo, e a magreza não é tão difícil de aguentar como a obesidade.

    Sim, é deplorável — exclamou Fritz esvaziando o copo, — deplorável! Recordo-me de que, na minha infância, todos os bons burgueses iam às festas da aldeia com as suas mulheres e os filhos; agora sepultam-se nas suas casas, é um acontecimento quando saem da cidade. Nas festas de aldeia, cantava-se, dançava-se, atirava-se ao alvo, mudava-se de ares; também os nossos antepassados viviam cem anos; tinham as orelhas vermelhas e não conheciam as enfermidades da velhice. Que pena que todas essas festas estejam abandonadas!

    Ah! Isso — replicou Haan, — resulta da extensão das vias de comunicação. Antigamente quando as estradas eram raras, quando não existiam caminhos distritais, não se viam circular tantos caixeiros viajantes a oferecer em cada aldeia, uns a sua pimenta e a sua canela, outros as suas escovas, outros os tecidos de toda a espécie. Não havia à nossa porta o tendeiro, o quinquilheiro, o mercador. Todas as famílias esperavam tal festa para fazer as provisões da casa. As festas também eram mais ricas e mais bonitas; os comerciantes, certos de venderem, chegavam de muito longe. Era bom tempo o das feiras de Frankfurt, de Leipzig, de Hamburgo, na Alemanha; de Liège e de Gand, nas Flandres, de Beaucaire, em França. Hoje, a feira é perpétua, e até nas nossas mais pequenas aldeia se encontra de tudo. Cada coisa tem o seu lado bom e o seu lado mau; podemos ter saudades das corridas dos sacos e do tiro ao carneiro, sem vociferar contra os progressos naturais do comércio. — Tudo isso não impede de sermos uns burros, apodrecendo sempre no mesmo lugar — replicou Fritz, — quando nos poderíamos divertir, beber bom vinho, dançar, rir e galhofar de todas as maneiras. Se fosse preciso ir a Beaucaire ou às Flandres, poder-se-ia achar um pouco longe; mas quando se tem muito perto festas agradáveis, e perfeitamente nos antigos costumes, parece-me que se fazia bem em lá ir. — Onde? — perguntou Haan. — A Hartzwiller, a Rorbach, a Klingenthal. Olhem, sem ir mais longe, lembro-me de que meu pai me levava todos os anos à festa de Bischem, e havia lá pastéis deliciosos… deliciosos! Haan olhava-o estupefacto. — E comiam-se camarões grossos como punhos — prosseguiu ele, — camarões ainda melhores que os do Losser e bebia-se um vinhinho branco muito… muito regular; não era johannisberg, nem steinberg, com certeza, mas era de alegrar o coração!

    o velho rebbe tinha tido razão de dizer: «que fora do amor tudo é vaidade; que nada existe de comparável e que o casamento com a mulher que se ama é o Paraíso na Terra!»

    «Meus bem-amados, amemo-nos uns aos outros. Quem ama o próximo, conhece Deus. O que não o ama, não conhece Deus, porque Deus é o amor!»

    Relacionados com esse eBook

    Navegar por coleções eBooks similares