Extraída de João Barcelos (escritor e consultor cultural que fez a revisão da ortográfica da obra) A ficção de Alfredo Tadeu na realidade social e judicial do Brasil.
A ficção de Alfredo Tadeu na realidade social e judicial do Brasil.
A leitura de um texto que abarque, de alguma maneira, a nossa hodierna postura intelectual e urbana, faz-nos reviver a Sociedade - mais: faz-nos revisitá-la sob a condição de uma vária reflexão sociocultural. E quanto mais profunda e serena melhor nos será de estímulo... Foi o que senti quando, numa leitura dinâmica sobre um calhamaço que Alfredo Tadeu me passava em mãos, apreendi pontos da vera calamidade social e judicial que se vivo no Brasil - este, que ora comemora meio milênio do seu 'achado' sem ter condições de se achar, por enquanto, como Pátria autêntica de um Povo Sofrido.
Ah, eis um romance policial dos nossos dias!, pensei. Durante alguns dias li o original que se apresentou um denso caso de ética social e profissional, - i.e., de um lado as falcatruas econômico-financeiras de um empresário sem escrúpulos para perpetuar um poder fulanizado e nisso, arruinar completamente o seu sócio, e empresários de outros empreendimentos; de outro lado, arrogância policial (pese, aqui, a notável experiência de um delegado...) que, na busca de indícios e fatos concretos sobre um assassinato, cai na facilidade dos nomes apontados por testemunhas preferenciais. Alfredo Tadeu sinaliza, nesta sua escrita, um neorrealismo que vem sendo reavivado por outros autores, embora que não na linha da ficção policial. Sendo núcleo central da trama os desenvolvimentos empresariais e policiais - aqui, bem entrosados - em torno de um empresário assassinado na Avenida Paulista, temos que Alfredo Tadeu consegue dar aos personagens das suas 'bandas' de atuação características muito peculiares que se enchem, ainda, de perfis familiares e psicológicos. Sim, aquela outra leitura do humano sobre as circunstâncias que o arrastam, psicologicamente, para largas estradas ou becos sem saída... mete-nos aos dramas psico policiais registrados.
A trama urdida aqui por Alfredo Tadeu remete-nos aos dramas psico policiais registrados na primeira metade do Séc. XIX, quer nos EUA quer na Europa, com os mafiosos dominando as comunidades sociais e profissionais. Mas apenas nos remete, apenas nos diz que 'este filme já foi uma realidade antes' e, no entanto, ei-lo desbobinando-se, como que de fotograma a fotograma, e espelhando na telina das nossas consciências e Sociedade que somos e representamos.
Um empresário baleado num farol do coração dos meandros econômico-financeiros do Brasil: a Avenida Paulista, na poeticamente cinzenta (e, por isso, as vezes multicolorida) Sampa; um empresário aparentemente de sucesso, com ética, surge das profundezas do caso tal e qual a vida o fez: um mar de lama social. E, aqui, um bom texto de Alfredo Tadeu na sua hodierna leitura social e policial.
E este "O Caso Da Avenida Paulista" - atrevo-me, com o perdão do autor, a nomear assim o texto que me foi 'servido' sem título - não é um mero conto policial, inscreve-se na boa ficção contemporânea que nos ensina um olhar introspectivo pela leitura da Sociedade através de um livro.
A ficção de Alfredo Tadeu na realidade social e judicial do Brasil.
A leitura de um texto que abarque, de alguma maneira, a nossa hodierna postura intelectual e urbana, faz-nos reviver a Sociedade - mais: faz-nos revisitá-la sob a condição de uma vária reflexão sociocultural. E quanto mais profunda e serena melhor nos será de estímulo... Foi o que senti quando, numa leitura dinâmica sobre um calhamaço que Alfredo Tadeu me passava em mãos, apreendi pontos da vera calamidade social e judicial que se vivo no Brasil - este, que ora comemora meio milênio do seu 'achado' sem ter condições de se achar, por enquanto, como Pátria autêntica de um Povo Sofrido.
Ah, eis um romance policial dos nossos dias!, pensei. Durante alguns dias li o original que se apresentou um denso caso de ética social e profissional, - i.e., de um lado as falcatruas econômico-financeiras de um empresário sem escrúpulos para perpetuar um poder fulanizado e nisso, arruinar completamente o seu sócio, e empresários de outros empreendimentos; de outro lado, arrogância policial (pese, aqui, a notável experiência de um delegado...) que, na busca de indícios e fatos concretos sobre um assassinato, cai na facilidade dos nomes apontados por testemunhas preferenciais. Alfredo Tadeu sinaliza, nesta sua escrita, um neorrealismo que vem sendo reavivado por outros autores, embora que não na linha da ficção policial. Sendo núcleo central da trama os desenvolvimentos empresariais e policiais - aqui, bem entrosados - em torno de um empresário assassinado na Avenida Paulista, temos que Alfredo Tadeu consegue dar aos personagens das suas 'bandas' de atuação características muito peculiares que se enchem, ainda, de perfis familiares e psicológicos. Sim, aquela outra leitura do humano sobre as circunstâncias que o arrastam, psicologicamente, para largas estradas ou becos sem saída... mete-nos aos dramas psico policiais registrados.
A trama urdida aqui por Alfredo Tadeu remete-nos aos dramas psico policiais registrados na primeira metade do Séc. XIX, quer nos EUA quer na Europa, com os mafiosos dominando as comunidades sociais e profissionais. Mas apenas nos remete, apenas nos diz que 'este filme já foi uma realidade antes' e, no entanto, ei-lo desbobinando-se, como que de fotograma a fotograma, e espelhando na telina das nossas consciências e Sociedade que somos e representamos.
Um empresário baleado num farol do coração dos meandros econômico-financeiros do Brasil: a Avenida Paulista, na poeticamente cinzenta (e, por isso, as vezes multicolorida) Sampa; um empresário aparentemente de sucesso, com ética, surge das profundezas do caso tal e qual a vida o fez: um mar de lama social. E, aqui, um bom texto de Alfredo Tadeu na sua hodierna leitura social e policial.
E este "O Caso Da Avenida Paulista" - atrevo-me, com o perdão do autor, a nomear assim o texto que me foi 'servido' sem título - não é um mero conto policial, inscreve-se na boa ficção contemporânea que nos ensina um olhar introspectivo pela leitura da Sociedade através de um livro.
