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    O Futuro Chegou

    Por Domenico de Masi
    Existem 15 citações disponíveis para O Futuro Chegou

    Sobre

    Durante 450 anos o Brasil foi pressionado a copiar o modelo europeu; há 50 anos tem copiado o dos Estados Unidos. Agora que os EUA e a Europa estão em profunda
    crise, o Brasil está sozinho consigo mesmo e é obrigado a desenvolver seu próprio modelo que pode ser valioso para o mundo inteiro. Para o ?país do futuro?, o futuro chegou!
    Globalmente, mesmo com o progressivo aumento de países democráticos e a difusão de informação e educação, o mundo se sente preso entre desorientação e medo.Aguarda vento favorável, mas não sabe para onde ir. O socialismo perdeu, mas o capitalismo não venceu, como já dizia Václav Havel. Em qual modelo social, então, devemos nos basear? Por onde começar? Uma coisa é certa: para projetar nosso futuro, devemos fazer uma reflexão sobre todos os modelos socioeconômicos e religiosos que já foram testados pela humanidade. Essa
    é a missão épica de Domenico De Masi. Além de analisar a estrutura de países como Brasil, Índia, China e Japão, o autor perpassa pelos sistemas que mais marcaram a história social do mundo: os modelos católico, hebraico,
    muçulmano, protestante, clássico, iluminista, liberal, capitalista, socialista, comunista e até nosso atual modelo pós-industrial. O objetivo é extrair o melhor de cada um
    deles para se construir um modelo de vida global inédito, que seja finalmente adequado à sociedade pós-industrial. E a revisitação à história do mundo oferece insghts para
    traçar a rota de um futuro feliz e a conclusão de que o progresso da sociedade só pode ser medido segundo a qualidade de vida da população. Uma sociedade que seja
    capaz de exercer o ócio criativo, a meditação, o lazer, o amor, a contemplação da beleza, a amizade e a convivialidade.
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    Citações de O Futuro Chegou

    A essência do tao está na espontaneidade, na serenidade, na busca pelo essencial, na eliminação dos preconceitos, na libertação do que é supérfluo, na importância do vazio como precondição do pleno, na seriedade com que se praticam a arte e o amor, a política e a vida.

    O hinduísmo é a religião da tolerância: é possível ser hindu mesmo sendo ateu ou de outra religião.

    Somos povos urbanos, patologicamente acostumados ao barulho da cidade que nos rouba a solidão sem nos oferecer companhia.

    A falta de tempo, de espaço, de paciência, de generosidade, de respeito já nos privou da introspecção, da meditação, do diálogo com nós mesmos, da compaixão e da convivência com os nossos semelhantes.

    Estuda antes a ciência e, depois, segue com a prática, nascida dessa ciência… Aqueles que se apaixonam pela prática sem ciência são como o timoneiro que entra em navio sem timão ou bússola, que nunca sabe ao certo para onde vai. A prática deve ser sempre edificada sobre a boa teoria.

    Diante desse paradoxo vemo-nos forçados a reconhecer que o que está em crise não é a realidade, mas, sim, a nossa maneira de interpretá-la, os nossos modelos: uma vez que as categorias mentais oriundas da época industrial já não são capazes de explicar o presente, acabamos sendo induzidos a desconfiar do futuro.

    Quando um artesão se dedica contínua e unicamente à fabricação de uma única peça, termina por refinar esse trabalho com singular destreza; mas perde, ao mesmo tempo, a faculdade geral de aplicar o seu espírito na direção do trabalho. Ele se torna cada dia mais hábil e menos industrioso, e pode-se dizer que, assim, o homem se degrada na proporção em que o operário se aperfeiçoa.

    O narcisista americano, segundo Lasch “não tem interesse pelo futuro, em parte porque o passado lhe interessa pouquíssimo… Viver o presente é a sua principal obsessão… Em que pesem as ocasionais ilusões de onipotência, ele espera de outros a confirmação da sua autoestima. Não pode viver sem um público de admiradores. A sua aparente liberdade dos laços familiares e dos vínculos institucionais não o torna mais autônomo ou orgulhoso da própria individualidade; ao contrário, ela alimenta a insegurança, que pode ser superada apenas encontrando na atenção dada pelos outros o reflexo do seu eu grandioso, ou associando-se a quem goze de carisma, fama e poder.

    A ciência industrial, enquanto degrada sem trégua a classe operária, eleva a classe dos patrões. Enquanto o operário desperdiça sua inteligência no estudo de um único detalhe, o patrão amplia todos os dias seu olhar sobre um sistema mais complexo e seu espírito se estende, enquanto o do operário se restringe. Logo bastará a este último a força física sem inteligência enquanto o patrão terá necessidade da ciência e do talento. Um se assemelha cada vez mais ao administrador de um vasto império, enquanto o outro se assemelha cada vez mais a um animal. O patrão e o operário já não têm nada de semelhante e a cada dia se diferenciam cada vez mais. Estão ambos como os elos de uma longa corrente. Cada um ocupa um lugar feito para si, do qual já não consegue mais escapar. Um está em contínua, estreita e necessária dependência do outro e parece nascido para obedecer, enquanto o outro parece nascido para comandar. O que é isso senão aristocracia? A

    Na realidade – defende Darcy Ribeiro – o único fator inegável do atraso é o caráter das classes dominantes brasileiras: “Não há como negar que a culpa do atraso nos cabe é a nós, os ricos, os brancos, os educados, que impusemos, desde sempre, ao Brasil, a hegemonia de uma elite retrógrada, que só atua em seu próprio benefício.”

    Toda a humanidade professa um único credo. Os ricos o celebram, os pobres o desejam. Um único deus, o progresso, um único dogma, a economia política, um único paraíso, a opulência, um único rito, o consumo, uma única prece, o crescimento nosso que estais nos céus… Em todos os lugares, a religião do excesso venera os mesmos santos – desenvolvimento, tecnologia, mercadorias, velocidade, frenesi –, caça os mesmos hereges – quem está fora da lógica do rendimento e do produtivismo –, propõe uma única moral – ter nunca é o bastante, abusar nunca é demais, descartar sem cerimônia e depois recomeçar, de novo e sempre. Um fantasma inquieta as noites dessa humanidade, a depressão do consumo. Um pesadelo, a obsessão, a variação do produto interno bruto.

    Certa passagem deFedrodescreve que Sócrates, durante uma tarde abafada de verão, saiu pela porta da academia de Platão. Velho e cansado, encosta-se no frescor de um lugar com sombra e goza de todo esse simples prazer: Ah! Por Hera, que belo lugar para repousar! O plátano cobre tanto espaço quanto a sua altura. E essa árvore de casto, como é grande e como faz sombra! Em pleno florescer como está, o lugar não poderia estar mais perfumado. E o fascínio sem igual dessa fonte que deságua sob o plátano, a frescura de suas água: basta o pé para que eu saiba disso… E diga-me, por favor, se o bom ar que se respira aqui não é agradável e extraordinariamente prazeroso! Clara melodia de verão que faz eco ao coro das cigarras. Mas o mais perfeito refinamento é esse prado, com a natural doçura da sua inclinação que permite, quando se deita, ter a cabeça perfeitamente à vontade. Ao maior intelectual de todos os tempos, ao sábio que mais que qualquer outro soube explorar os caminhos do nosso destino e que mais que qualquer outro contribuiu para tornar-nos homens, bastam um plátano, um prado, o canto de uma fonte e de uma cigarra para estar completamente feliz.

    Mas como é possível dedicar-se ao ócio criativo sem morrer de fome? ParaAristóteles e os “clássicos”, a resposta é simples: antes de tudo, é necessário reduzir ao mínimo o desejo por objetos materiais e serviços supérfluos. Nada de luxo, no sentido em que hoje em dia é compreendido: os únicos verdadeiro luxos são a sabedoria, a política, a disponibilidade de tempo, a beleza e a cultura. Reduzidas as necessidades materiais, reduz-se também a necessidade de trabalhadores. Do resto, proveriam os escravos e os metecos.

    Esquisse d’un tableau historique des progrès de l’esprit humain

    uma vez que as categorias mentais oriundas da época industrial já não são capazes de explicar o presente, acabamos sendo induzidos a desconfiar do futuro.

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