We love eBooks

    O pai Goriot

    Por Honoré de Balzac
    Existem 11 citações disponíveis para O pai Goriot

    Sobre

    Um pai que é explorado pelas filhas, um jovem ambicioso e a sociedade parisiense do século XIX são o centro deste romance, que é considerado um dos mais importantes da Comédia humana de Balzac.


    À moda de Rei Lear, quando Shakespeare retratou duas filhas que abandonaram o pai depois de dividida a herança, Balzac criou a figura deste comerciante decadente, que ama as filhas de modo incondicional e assiste apático a sua fortuna sendo consumida pelos caprichos de sua prole.

    Figura igualmente central do romance é o estudante de direito Eugène de Rastignac, que deseja de todo modo inserir-se na alta sociedade parisiense e para isso abandona, aos poucos, os padrões morais para atingir seu objetivo.

    Ao retratar a trajetória desse jovem provinciano em busca de notoriedade, Balzac apresenta ao leitor as várias facetas de uma sociedade cruel, de moral elástica e dividida entre as regras de um passado regido pela nobreza e a nova ordem social em que o dinheiro é o protagonista.

    Baixar eBook Link atualizado em 2017
    Talvez você seja redirecionado para outro site

    Definido como

    Listados nas coleções

    Citações de O pai Goriot

    Quem afirmará o que é mais horrendo de ver, corações empedernidos ou crânios vazios?

    O segredo das grandes fortunas sem causa aparente é um crime esquecido porque o serviço foi bem-feito.

    Tenha a infelicidade de surripiar alguma coisa e você ficará exposto na praça do Palácio da Justiça como uma curiosidade. Furte um milhão e será apontado nos salões como um modelo de virtude.

    Sabe como é que a gente faz carreira aqui? Pelo brilho da inteligência ou pela habilidade da corrupção.

    A corrupção representa uma força, porque o talento é raro. Assim, como a corrupção é a alma da mediocridade que abunda, você sentirá sua picada por toda parte.

    Talvez seja próprio da natureza humana fazer tudo suportar a quem tudo tolera, por verdadeira humildade, por fraqueza ou por indiferença.

    Ah, se eu fosse rico, se tivesse conservado minha fortuna, se não lhes tivesse dado tudo, elas estariam aqui, lamberiam minhas faces com beijos! Moraria num palacete, teria belos quartos, criados e estufa. E elas estariam chorando, com os maridos e os filhos. Teria isso tudo. Mas não tenho nada. O dinheiro dá tudo, até filhas! Oh! Onde está meu dinheiro? Se eu tivesse tesouros para deixar, elas tratariam de mim, cuidariam de mim. Eu as ouviria e veria. Ah! Meu caro filho, meu único filho, prefiro meu abandono e minha miséria. Pelo menos, quando um desgraçado é amado, tem certeza de que o amam. Não, quisera ser rico, pois assim as veria. E, mesmo assim, quem sabe? Ambas têm o coração de rocha.

    — Nenhuma das filhas virá! — exclamou Rastignac. — Vou escrever a ambas. — Nenhuma! — respondeu o velho, recostando-se na cama. — Têm negócios, estão dormindo, não virão. Eu bem sabia. É preciso morrer para saber o que são os filhos… Ah, meu amigo, não se case, não tenha filhos! Você lhes dá a vida e eles lhe dão a morte. Você os põe no mundo e eles o expulsam daqui. Não, elas não virão. Há dez anos que o sei. Algumas vezes eu pensava nisso, mas não tinha coragem de acreditar.

    Já expiei bastante o pecado de amá-las demais. Elas se vingaram completamente de minha afeição, torturaram-me como se fossem verdugos. Pois bem, os pais são tão estúpidos e eu as amava tanto, que voltei lá, como um jogador volta à mesa de jogo. Minhas filhas eram meu vício. Eram donas de mim, eram tudo, enfim!

    Nada, ninguém! Vou morrer como um cão! Eis a minha recompensa, o abandono. São umas infames, umas celeradas. Abomino-as, amaldiçoo-as. Hei de sair, à noite, do túmulo, para tornar a amaldiçoá-las, porque, enfim, meus amigos, não tenho razão? Elas estão se conduzindo muito mal, hein…! Que estou dizendo? Não me avisou que Delfina está aqui? É a melhor das duas… Você é que é meu filho, Eugênio! Ame-a, seja um pai para ela! A outra é muito infeliz. E suas fortunas! Ah, meu Deus! Morro! Estou sofrendo demais! Corte-me a cabeça, deixe-me somente o coração.

    Diga-o a todo mundo, para que ninguém as aborreça por minha causa. A culpa foi toda minha, pois habituei-as a me maltratarem. Eu gostava disso. Ninguém tem nada com isso, nem a justiça humana nem a justiça divina. Deus seria injusto se as condenasse por minha causa. Não soube conduzir-me, cometi a tolice de abdicar de meus direitos. Seria capaz de aviltar-me por elas! Que quer? Mesmo o mais nobre temperamento, as melhores almas, teriam sucumbido à corrupção destas fraquezas paternais. Sou um miserável, estou sendo castigado justamente. Sou o único culpado pela conduta de minhas filhas, arruinei-as. Hoje querem os prazeres, como antigamente queriam doces. Sempre permiti que satisfizessem seus caprichos de moças. Aos quinze anos, tinham carruagens! Nunca tiveram a mínima contrariedade. Sou o único culpado,

    eBooks por Honoré de Balzac

    Página do autor

    Relacionados com esse eBook

    Navegar por coleções eBooks similares