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    O que o Brasil quer ser quando crescer?

    Por Gustavo Ioschpe
    Existem 11 citações disponíveis para O que o Brasil quer ser quando crescer?

    Sobre



    Gustavo Ioschpe diz sem meias palavras: ?A educação brasileira é um desastre.? E raros pensadores são tão originais quanto ele para tratar do assunto. Em O que o Brasil quer ser quando crescer?, Ioschpe traz uma nova perspectiva para o debate. Em vez de opiniões, apresenta dados. No lugar de paixões, pesquisa. Como alternativa às ideologias, a busca por resultados.
    Com coragem para demolir mitos e a objetividade de quem se deixa guiar pela realidade dos números, ele mostra que melhores salários, mais investimentos e gastos em tecnologia são bem menos importantes que o foco na capacitação de professores e gestores, e a ênfase nas práticas de salas de aula eficazes. O livro é uma compilação dos melhores textos publicados por Gustavo ao longo de oito anos como colunista da revista
    Veja.
    Nesta segunda edição, revista e ampliada, ele se revela mais uma vez um crítico contundente e um analista afiado no esforço para solucionar a crise profunda do sistema educacional brasileiro, condição essencial para o país avançar.
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    Citações de O que o Brasil quer ser quando crescer?

    O problema principal dos funcionários de nossas escolas não é motivação: é preparo.

    Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha que trabalhar mais: passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, ter uma formação aprofundada no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor — aulas com menos alunos, maior salário, mais férias, estabilidade no emprego, maior liberdade para montar seu plano de aula e para faltar ao trabalho quando for necessário — é irrelevante, ou até maléfico, para o aprendizado dos alunos.

    Vale mais a pena ir trabalhar do que gastar horas e anos em aulas nas quais não se aprende quase nada.

    Enquanto aqui ele ganha o equivalente a uma vez e meia a renda média do país, a média dos países da OCDE (que têm a melhor educação do planeta) é de 1,3.

    Não acho que os profissionais da educação estejam ativamente empenhados no bloqueio de reformas — estão, isso sim, acomodados. Não são malévolos, apenas se renderam ao cinismo. Ainda há os bravos, que lutam contra a inércia reinante, e tive a oportunidade de conhecer muita gente assim em minhas andanças por escolas do país e através dos milhares de e-mails e cartas enviados por leitores. Mas eles são a minoria. A maioria está indo com a corrente: como ninguém cobra, eles não se preocupam. Como ninguém pressiona, eles estão à vontade. O mesmo clima parece permear a sociedade como um todo: é melhor continuar acreditando que está tudo bem do que se dar conta de que uma área fundamental da vida de seu filho tem enormes déficits. Antes eu me preocupava mais em desmontar um discurso mentiroso das corporações de ensino, hoje meu foco é falar com esses pais e mães e alertá-los para a realidade.

    A sociedade brasileira parece não reconhecer que os sindicatos de professores pensam no bem-estar de seus membros, e não da sociedade em geral.

    3) A literatura empírica sugere que fatores quantitativos — salários, investimentos, gastos em tecnologia — são irrelevantes ou bem menos importantes do que o foco em áreas como capacitação de professores e gestores e a ênfase em práticas de sala de aula eficazes.

    Mesmo nos cursos de matérias específicas, a situação é desalentadora. Estudo de equipe da Fundação Carlos Chagas, liderado por Bernardete Gatti, analisou os cursos de formação de professores de centenas de faculdades.4 Cinco

    A sociedade brasileira parece não reconhecer que os sindicatos de professores pensam no bem-estar de seus membros, e não da sociedade em geral. Incorporamos a ideia de que o que é bom para o professor é, necessariamente, bom para o aluno. E isso não é verdade. Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha que trabalhar mais: passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, ter uma formação aprofundada no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor — aulas com menos alunos, maior salário, mais férias, estabilidade no emprego, maior liberdade para montar seu plano de aula e para faltar ao trabalho quando for necessário — é irrelevante, ou até maléfico, para o aprendizado dos alunos.

    A competição, sozinha, tem gerado comportamentos antiéticos, além de seleção e priorização dentre o alunado. Já os sistemas sem nenhuma competição e cobrança, em que tudo é oferecido e pouco é exigido, acabam se tornando complacentes. O Brasil não faz nenhum dos dois — bane a competição por inclinação ideológica, e o fracasso acadêmico dos alunos mostra que a preocupação com sua formação é conversa mole. A China está conseguindo unir as duas vertentes. Pode cobrar e exigir muito do aluno porque ele mesmo sabe que isso é feito para o seu bem, que o sistema visa os seus interesses. E também porque o sistema é justo. Não apenas cobra de todos os alunos, mas cobra ainda mais de seus professores.

    O livro A cabeça do brasileiro mostra que 83% de nós concordamos que o governo deve socorrer empresas falimentares. Inacreditáveis 70% gostariam que o governo controlasse os preços de todos os produtos do país.7 Queremos o retorno garantido, sem topar correr os riscos. Queremos desfrutar de tudo aquilo que os países ricos têm, sem termos de trabalhar o que eles trabalharam para chegar lá. Queremos um futuro glorioso, desde que isso não signifique sacrificar nada do presente. Essa conta não fecha. Jamais fechará.

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