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    O que resta de Auschwitz: O arquivo e a testemunha [Homo Sacer, III] (Coleção Estado de Sítio)

    Por Giorgio Agamben
    Existem 5 citações disponíveis para O que resta de Auschwitz: O arquivo e a testemunha [Homo Sacer, III] (Coleção Estado de Sítio)

    Sobre

    Como narrar o inenarrável ou testemunhar sobre algo que está além da compreensão humana? O que resta de Auschwitz, de Giorgio Agamben, procura, a partir de uma análise profunda do papel do testemunho como documento histórico e de seus limites enquanto relato pessoal, entender as dimensões da produção escrita dos sobreviventes do Holocausto nazista. Não se trata, portanto, de um livro sobre as circunstâncias materiais relacionadas ao maior campo de concentração de Hitler. O que resta de Auschwitz investiga as dificuldades do testemunho quando este envolve a perda de referenciais básicos num espaço marcado pela total ausência de normas, onde o esforço pela identificação de algo parecido com uma lógica de funcionamento não só se mostrava vão, como também poderia significar a não-sobrevivência.

    O relato do escritor Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz, é matéria-prima para a análise de Agamben. Levi se coloca como testemunha e condiciona sua sobrevivência à necessidade de contar essa história. Já os chamados "muçulmanos" - prisioneiros que perderam sua condição de homens e foram reduzidos a cadáveres ambulantes - são os únicos que poderiam dar testemunho verdadeiro do terror, se já não estivessem privados da linguagem.

    Agamben coloca que o valor do testemunho está essencialmente no que lhe falta, no que não pode ser dito por homens que já não o são. Em suas palavras, "Auschwitz marca o fim e a ruína de qualquer ética da dignidade e da adequação a uma norma. A vida nua, a que o homem foi reduzido".

    A obra, que faz parte da coleção Estado de Sítio e traz apresentação de Jeanne Marie Gagnebin, recupera conceitos presentes nos anteriores Estado de Exceção e Homo Sacer.
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    Citações de O que resta de Auschwitz: O arquivo e a testemunha [Homo Sacer, III] (Coleção Estado de Sítio)

    são eles, os “muçulmanos”, os que submergiram – são eles as testemunhas integrais, cujo depoimento teria significado geral.15

    A doutrina do martírio nasce, portanto, para justificar o escândalo de uma morte insensata, de uma carnificina que não podia deixar de parecer absurda.

    Quase todas as categorias de que nos servimos em matéria moral ou religiosa são de algum modo contaminadas com o direito: culpa, responsabilidade, inocência, julgamento, absolvição…

    Como os juristas sabem muito bem, acontece que o direito não tende, em última análise, ao estabelecimento da justiça. Nem sequer ao da verdade. Busca unicamente o julgamento.

    A aporia de Auschwitz é realmente a própria aporia do conhecimento histórico: a não-coincidência entre fatos e verdade, entre constatação e compreensão.

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