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    Orlando – Uma biografia

    Por Virginia Woolf
    Existem 14 citações disponíveis para Orlando – Uma biografia

    Sobre

    Neste que é seu romance mais celebrado e popular, Virginia Woolf concebeu um personagem emblemático, cuja complexidade marcou para sempre a literatura universal.


    Nascido no seio de uma família de boa posição em plena Inglaterra elisabetana, Orlando acorda com um corpo feminino durante uma viagem à Turquia. Como é dotado de imortalidade, sua trajetória então atravessa mais de três séculos, ultrapassando as fronteiras físicas e emocionais entre os gêneros masculino e feminino. Suas ambiguidades, temores, esperanças, reflexões - tudo é observado com inteligência e sensibilidade nesta narrativa que, publicada originalmente em 1928, permanece como uma das mais fecundas discussões sobre a sexualidade humana.

    A um só tempo cômico e lírico, Orlando mostra o trajeto do personagem entre embates com armas brancas, acalorados debates filosóficos no século XVIII, a maternidade e até mesmo num volante a bordo de um automóvel. Tudo isso vem costurado pela prosa luminosa de Woolf nesta que é uma das grandes declarações de amor da literatura ocidental.

    Esta edição inclui introdução e notas de Sandra Gilbert, especialista em estudos de gênero e literatura inglesa, e uma brilhante crônica-ensaio de Paulo Mendes Campos, um dos grandes leitores brasileiros da obra de Virginia Woolf.

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    Citações de Orlando – Uma biografia

    Embora pareçam apenas frivolidades, as roupas, dizem, tem funções mais importantes do que apenas nos manter aquecidos. Mudam nossa visão do mundo, e a visão que o mundo tem de nós.

    Apesar das suas diferenças, os sexos se misturam. Em cada ser humano, tem lugar uma vacilação entre um sexo e outro; e muitas vezes são apenas as roupas que mantêm a aparência masculina ou feminina, enquanto por dentro o sexo é o exato oposto do que é por fora.

    A natureza e as letras parecem nutrir uma antipatia natural entre si; basta juntá-las que uma parte a outra em pedaços.

    Pois a doença da leitura, uma vez que ataca o organismo, debilita-o de tal forma que se torna presa fácil desse outro flagelo que reside no tinteiro e supura na pena. O infeliz passa a escrever.

    Pois parecia – seu caso era a prova – que não escrevemos só com os dedos, mas com a pessoa inteira. O nervo que controla a pena enrola-se em cada fibra do nosso ser, trespassa o coração, perfura o fígado.

    Não existe paixão mais forte, no peito humano, que o desejo de fazer os outros acreditarem naquilo que se acredita. Nada corta tanto a nossa felicidade pela raiz, ou nos enche mais de raiva, do que o sentimento de que outro desvaloriza o que temos em alta conta.

    A geada tinha durado tanto, que ele levou um minuto para perceber que eram pingos de chuva caindo; as pancadas eram pancadas de chuva. A princípio, as gotas caíam lentamente, deliberadamente, uma por uma. Mas logo seis gotas se transformaram em sessenta; depois seiscentas; depois corriam todas juntas em um forte jorro de água. Era como se o céu firme e sólido se derramasse em uma profusa catarata. Em cinco minutos, Orlando estava encharcado até os ossos.

    “Verdade, não saia da tua horrenda caverna. Esconde-te mais fundo, medonha Verdade. Pois tu ostentas sob o olhar brutal do sol coisas que seria melhor se não fossem conhecidas nem realizadas; tu desvelas o vergonhoso; tornas claro o que é obscuro. Esconde-te! Esconde-te! Esconde-te!”

    Pois o amor, ao qual podemos agora voltar, tem duas faces: uma branca, outra negra; dois corpos: um liso, outro peludo. Tem duas mãos, dois pés, duas garras, dois, na verdade, de cada membro, e cada um é o exato oposto do outro. No entanto, estão unidos de modo tão estreito que não se pode separá-los.

    Lembrou-se de como, quando era rapaz, havia insistido em que as mulheres devem ser obedientes, castas, perfumadas, e primorosamente vestidas. “Agora, terei que pagar por esses desejos com minha própria pessoa”, refletia; “pois as mulheres não são (a julgar por minha própria e breve experiência do sexo) obedientes, castas, perfumadas e primorosamente vestidas por natureza. Só podem conquistar essas graças – sem as quais não podem desfrutar nenhuma das delícias da vida – através da mais tediosa disciplina.

    Pois tem razão o filósofo que diz que nada mais grosso que a lâmina de uma faca separa a felicidade da melancolia;

    A memória é a costureira, e costureira caprichosa. A memória enfia a agulha para dentro e para fora, para cima e para baixo, para cá e para lá. Não sabemos o que virá em seguida, nem o que virá depois.

    a Grande Geada. A

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