Natan tinha os olhos na realidade que o amargava, mas a mente na estranheza impactante das lâminas que atravessam os dias sem que ninguém perceba. Acalentava o sonho de publicar um livro, mesmo sem o apoio da esposa. Transbordavam em seu corpo e mente sensações que flutuavam entre o deleite do imaginário e o desgosto da verdade. Lutava contra o desejo de executar cada linha escrita, mas a sensação estonteante de fazer parte da trama, comumente lhe sobrevinha rompendo o fio que o conectava ao que não era fictício. O pulso narrativo do Autor transcende as expectativas de Natan que, por sua vez, leva com ele os demais personagens e o leitor à desfechos inusitados. O conto retrata, na sagacidade evidente do Eder, a vilania advinda das mesquinharias que frutificam nas crises existenciais do ser humano. Uma curta narrativa de agradabilíssima leitura.
Palavras mortais
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