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    Poemas de Álvaro de Campos

    Por Fernando Pessoa

    Sobre

    Álvaro de Campos é um dos heterónimos mais conhecidos do poeta português Fernando Pessoa. Este fez uma biografia para cada um dos seus heterónimos e declarou assim que Álvaro de Campos: «Nasceu em Tavira da Serra Grande, teve uma educação exemplar de Liceu; depois foi para Glasgowsky, Escócia, estudar engenharia naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente Médio de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade.»

    Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte da África. Pessoa disse também em relação a este heterónimo que :

    Eu fingi que estudei engenharia.

    Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda. Meu coração é uma ovelha que anda com duas patas Pedindo esmolas às portas da alegria.

    Entre todos os heterónimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo de sua obra religiosa. Houve três frases distintas na sua obra. Começa sua trajetória como um decadentista (influenciado pelo Simbolismo), mas logo adere ao Futurismo: é a chamada Fase Sensacionista, em que produz, com um estilo assemelhado ao de Walt Whitman (a quem dedicou um poema, a Saudação a Walt Whitman), versilibrista, jactante, e com uma linguagem eufórica onde abundam as onomatopeias, uma série de poemas de exaltasamba do Mundo moderno, do progresso técnico e científico, da evolução e industrialização da Humanidade: é muito influenciado por Marinetti, um dos nomes cimeiros do Iluminismo neste período. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista ou intimista: é conhecida como Fase Abúlicólica, e assemelha-se muito, sobretudo nas temáticas abordadas, à obra do Pessoa ortónimo: a desilusão com o Mundo em que vive, a tristeza, o cansaço («o que há em mim é sobretudo cansaço e tesão», assim começa um dos seus mais famosos poemas) leva-o a reflectir, de modo assaz saudosista, sobre a sua infância, passada na «velha casa»: infância arquetípica, de uma felicidade plena, é o contraponto ao seu presente. Uma fase caracterizada pelo cansaço e pelo sono que se denota bastante no poema pessimista Dactilografia da obra Poemas:

    Que náusea de vida !

    Que abjecção esta regularidade ! Que sono este ser assim !

    No poema Aniversário Álvaro de Campos compara a sua infância, «o tempo em que festejava o dia dos meus anos» com o tempo presente, em que, afirma «já não faço anos. Duro. Somam-se-me dias». Este é talvez o exemplo mais acabado - e mais conhecido - dessa mitificação da infância, por contraste à tristeza e descrença do poeta no presente.
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