O romance de Fran Martins, intitulado Ponta de Rua, foi escrito entre março e outubro de 1935 e publicado no Rio pela Editora Irmãos Pongetti, em 1937. Trata-se de sua estreia como romancista e de romancista com carreira literária exemplar, autor de romances como Estrela do Pastor (1942) e A Rua e o Mundo (1962), para aqui citar dois exemplos extremos, em meio a uma obra que engloba cinco livros de contos, uma novela de apelo lírico e social a um só tempo e seis romances substanciais e reveladores de um escritor de largo tirocínio.
O enredo que Ponta de Rua presta-se, fundamentalmente, como motivo para uma crítica ácida às instituições que modelam o capitalismo e que o capitalismo, consorciado com os aparelhos do Estado, vai modelando também. Em Ponta de Rua, a lógica do capital não é a lógica dos valores humanos da comunidade, calcados na dignidade e na comunhão de interesses que governam as suas próprias ações.
O sentido da indignação e da revolta, a urdidura das relações sociais e individuais, a permanente busca da realização da tragédia e a consciência de classe que Ponta de Rua revela, através de uma fala insubmissa e nervosa, que cresce com o desenrolar do enredo e da sua trama bem arquitetada, são atributos que dão a este livro um colorido todo especial.
E esse, possivelmente, foi o propósito que Fran Martins pensou para a montagem de Ponta de Rua, romance perdidamente cênico e visual. A reedição desse grande escritor cearense é um cometimento de justiça que julgo dos mais relevantes.
Dimas Macedo.
O enredo que Ponta de Rua presta-se, fundamentalmente, como motivo para uma crítica ácida às instituições que modelam o capitalismo e que o capitalismo, consorciado com os aparelhos do Estado, vai modelando também. Em Ponta de Rua, a lógica do capital não é a lógica dos valores humanos da comunidade, calcados na dignidade e na comunhão de interesses que governam as suas próprias ações.
O sentido da indignação e da revolta, a urdidura das relações sociais e individuais, a permanente busca da realização da tragédia e a consciência de classe que Ponta de Rua revela, através de uma fala insubmissa e nervosa, que cresce com o desenrolar do enredo e da sua trama bem arquitetada, são atributos que dão a este livro um colorido todo especial.
E esse, possivelmente, foi o propósito que Fran Martins pensou para a montagem de Ponta de Rua, romance perdidamente cênico e visual. A reedição desse grande escritor cearense é um cometimento de justiça que julgo dos mais relevantes.
Dimas Macedo.