A bem da verdade a cultura precisaria ser oposta à vulgaridade da massa, mas por mais que se tenha tentado fazê-la antagônica aos anseios das classes subalternas, a polemização contra a indústria cultural massiva e massacrante, não surtiu o efeito esperado pelo pseudo-intelectualismo, um pequeno e isolado grupo de pessoas que se consideram homens de Q.I. mais avançado, acima da banalidade média, não sobrevive sem que a massa consuma banalidades culturais, porque sem a venda maciça das futilidades que encanta a população menos favorecida, o seleto mundo intelectualizado e sua pretensa cultura, não sobreviveria por tanto tempo. A vulgaridade da massa sustenta a intelectualidade preconceituosa e mascarada. Este livro não consiste em nenhum apurado estudo sobre a cafonice inofensiva que grassou na música brasileira dos anos de 1960 até então, em plena era digital, tempos de livre escolha e de liberdade quase confundida com libertinagem, quando ritmos tão bregas quanto o termo aqui discutido nestas páginas, mas sim, pretende apenas tirar do fosso da postura radical enraizada nos questionamentos de alguns mal informados e pseudo-intelectuais de plantão, que a soberania é popular e que muitos que são considerados verdadeiros ases dentro do seleto mundo da chamada música popular brasileira de elite, sempre conduziram suas criações musicais alicerçados na música cafona, muitos grandes nomes da música gravaram música brega e compuseram músicas mais simplórias que a maioria das mais conhecidas canções cafonas, que embalam multidões há décadas. Portanto, não podendo ser considerado um estudo, este livro limita-se apenas em trazer à lume a verdade: ?o intelectual deve ir onde o povo está?, assim como aconselhou Milton Nascimento, pois a cultura de massa, à sorrelfa, invade lares e mentes, desprovidos de cultura e conhecimento ou intelectualizados e cultos, muito embora neste mundo seleto de gente que se julga acima dos destituídos de glória e de conhecimento, impregna encapuzada sob a forma de críticas mordazes... Este simples emaranhado de páginas que contêm várias investidas por sobre a vasta área da música brega, e que pretendia discorrer somente e apenasmente sobre a fase cafona que Raul Seixas viveu nos anos de 1960 e 1970, menciona ainda outros nomes importantes que fizeram parte desta vertente popularesca em que a música nacional sempre esteve alicerçada e baseada, mesmo porque para falar sobre a música brega, que também exerceu influência sobre o mago do rock, o messias indeciso, Raulzito, se faz necessário citar outros ídolos da mesma safra, para que não entenda o leitor neófito, erroneamente, que este simples livro credite a Raul Seixas, a melhor e a única semeadura brega, pois todos os nomes aqui inclusos, fazem parte da mesma vertente musical, que embala os sonhos simples de todo brasileiro. Entretanto, ao ler este pequeno e simples compêndio sobre a música popular brega e cafona, que encanta gerações, o único resultado esperado é que o leitor de senso crítico mais aguçado possa mudar seu ponto de vista no que tange a sua postura questionadora e passe a entender que a cultura de massa, ao menos é mais digna e verdadeira que a cultura intelectualizada, que é sobremaneira preconceituosa, mas que bebe na mesma fonte e
escamoteia a verdade, alegando que essa mesma água de que bebeu é insalubre.
********************
escamoteia a verdade, alegando que essa mesma água de que bebeu é insalubre.
********************
