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    Tolstói, a biografia

    Por Rosamund Bartlett
    Existem 10 citações disponíveis para Tolstói, a biografia

    Sobre

    Se o mundo pudesse escrever sua própria história, ele escreveria como Tolstói?, disse o jornalista e escritor russo Isaac Babel sobre um dos mais importantes nomes da literatura universal, Liev Tolstói, cuja vida é retratada por Rosamund Bartlett em Tolstói, a biografia, lançamento da Biblioteca Azul. Nascido em uma família aristocrática em 1828 e órfão de ambos os pais aos 8 anos de idade, Liev passou de um jovem impulsivo a grande escritor e até mesmo profeta. À época de sua morte, em novembro de 1910, era o homem mais famoso de toda Rússia.

    Para além de debruçar-se sobre a concepção de seus grandes romances, como Guerra e paz (1869) e Anna Kariênina (1877), em Tolstói, a biografia, Bartlett destrincha os diferentes períodos da vida do escritor, mostrando sua vinculação com a sociedade russa e trazendo informações pouco conhecidas ou lembradas. Entre elas, histórias de antepassados pitorescos que seriam modelos de personagens de sua ficção, uma juventude marcada por amores e grandes prejuízos nos cassinos, sua preocupação com a educação dos russos (fundou escolas, estudou as teorias pedagógicas e organizou uma cartilha com a pretensão de que se tornasse a base da educação nacional) e até mesma uma campanha humanitária que organizou para combater a miséria causada pela seca na região de Samara, na estepe russa.

    Liev Tolstói não foi um gigante só no campo literário ? lembrando que foi contemporâneo de escritores como Dostoiévski, Turguéniev, Tchékhov, Dickens e Balzac ?, foi um dos homens mais importantes da Rússia de seu tempo, em muitos momentos considerado um resumo e um modelo arquetípico do país. A presença de Tolstói na vida russa foi tão ostensiva que ele inspirou uma seita com milhares de seguidores, o tolstoísmo, uma espécie de cristianismo radical.

    Tolstói, a biografia traz ainda, entre seus materiais complementares, uma cronologia, árvore genealógica das famílias de Tolstói e de Sônia Berhs (a esposa com quem teve um atribulado relacionamento), indicações de leituras complementares, iconografia e índice remissivo.
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    Citações de Tolstói, a biografia

    Da extrema devoção, Tolstói passou ao extremo niilismo. No fim da década de 1870, ele começou a ver a luz, e sua jornada espiritual ganhou a forma de um livro de grande fôlego chamado Confissão.

    Em 1873, ano em que começou a escrever Anna Kariênina, Tolstói falou abertamente pela primeira vez em nome do campesinato pobre e fez um apelo de âmbito nacional, pedindo ajuda em face da penúria e da fome iminentes.

    Tolstói não se lembrava da mãe, que morreu antes de ele completar dois anos,

    “Nas coisas essenciais, unidade; nas coisas não essenciais, liberdade; em todas as coisas, amor”.

    Tolstói viveu uma vida russa, e viveu muito mais vidas do que a maioria dos russos, revelando tanto o “dionisismo natural” quanto o “ascetismo cristão”

    Quanto tinha cerca de cinco anos de idade, seu querido irmão mais velho Nikolai, então com onze anos, anunciou que o segredo da felicidade humana estava escrito em um graveto verde enterrado numa ravina na floresta, a uma curta caminhada da casa. Quando o segredo fosse revelado, ele disse aos irmãos, as pessoas não apenas seriam felizes, mas também deixariam de adoecer e nunca mais haveria miséria e ódio.

    Ao mesmo tempo em que estava preocupado com questões militares, Tolstói também pensava profundamente em questões religiosas. Em 4 de março de 1855, ele comungou e registrou em seu diário uma extraordinária declaração acerca da fundação de uma nova religião. A declaração é invariavelmente citada por seu teor profético: Ontem uma conversa sobre a divindade e a fé me levou a uma grandiosa e estupenda ideia, a cuja realização me sinto capaz de devotar toda a minha vida. Essa ideia é a fundação de uma nova religião, correspondente ao desenvolvimento da humanidade — a religião de Cristo, mas liberta do dogma e do sofrimento, uma religião prática, que não promete a felicidade futura mas proporciona a felicidade na Terra. Sei que para levar a cabo essa ideia será necessário que gerações de pessoas trabalhem conscientemente tendo em vista esse objetivo. Uma geração legará a ideia para a geração seguinte, até que um dia ela seja implementada, pelo fanatismo ou pela razão. O trabalho consciente para unir as pessoas à religião é o alicerce da ideia que, espero, me manterá ocupado. Em

    Tolstói teve seu quinhão de detratores. Um dos mais eloquentes e espirituosos é Alexander Boot, admirador do Tolstói artista, mas também autor de críticas ácidas e destrutivas sobre o Tolstói pensador: Ele desejava ser mais que um romancista, ainda que genial. Ele desejava ser mais do que um profeta ou vidente, embora isso pudesse ter sido um bom começo. Ele queria ser Deus […]. Ele queria corrigir os erros de Deus por ter permitido que o mundo se tornasse imperfeito e pecaminoso. Ele, conde Tolstói […] estava determinado a usurpar o emprego de Deus. Mas o emprego já tinha dono, e a deidade teimou em se manter agarrada ao cargo. Por isso, Tolstói declarou guerra contra Deus e lutou com todos os meios de que dispunha. Infelizmente, embora tenha tentado diversas estratégias de ataque, todas camufladas sob o disfarce da verborragia pseudocristã, Tolstói acabou perdendo. Como vingança, de fato negou Deus, o Pai, ignorou Deus, o Filho, e rejeitou Deus, o Espírito Santo. Era inadmissível que alguém pudesse derrotar Tolstói e sair impune. Boot

    Ao longo da década de 1880, Tolstói tornou-se um apóstolo da doutrina cristã que resultou de sua revisão profunda e completa das fontes originais; ao mesmo tempo, sua fé recém-descoberta o incitava a se manifestar contra a imoralidade que ele agora via em todas as instituições estatais, da monarquia para baixo.

    A poesia é o fogo que arde dentro da alma de uma pessoa. Esse fogo queima, aquece e ilumina […]. Há algumas pessoas que sentem o calor, outras que sentem tepidez, outras que apenas veem a luz, e outras que sequer conseguem enxergar a luz […]. Mas o verdadeiro poeta não consegue evitar: queima dolorosamente, e queima os outros. É disso que se trata. Anotação no diário, 28 de outubro de 1870 De

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